Temer e seus ministros(Foto divulgação)
Ricardo Noblat
O presidente em exercício Michel Temer revelou o que todos em torno dele intuíam: seu governo, tal como hoje está montado, se manterá, no máximo, pelos próximos 90 dias. Se dependesse só dele, até que duraria menos.
Não, Temer não cogita da volta de Dilma e do encerramento em definitivo do seu período na presidência da República. Ele, apenas, não imagina em governar até o fim do ano, muito menos até 31 de dezembro de 2018, com os ministros que estão aí.
Em encontro com a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade, Temer admitiu reformular o atual desenho do seu ministério tão logo acabe o processo de impeachment de Dilma, possivelmente em agosto. Poderá fundir ministérios, recriar algum e trocar ministros.
No escurinho do seu gabinete, aparentemente a salvo de escutas inconvenientes, ele reconhece que boa parte dos seus auxiliares deixa de fato a desejar. Salvo a equipe econômica, e alguns poucos nomes que o cercam, os demais são passíveis de substituição.
Quando assumiu a presidência no lugar de Fernando Collor, o vice Itamar Franco usou um método diferente do adotado por Temer para escalar a maioria dos seus ministros. Não delegou aos partidos a escolha de nomes. Foi ele que os escolheu dentro dos partidos.
Procedeu assim porque esse era o jeito de Itamar, mas também porque outra era a situação. Mesmo o PT, que se recusou a fazer parte do governo Itamar, soprou-lhe nomes de ministros. Um deles foi o do jurista Raimundo Faoro para o Ministério da Justiça.
Desta vez, partidos empurram nomes de ministros goela abaixo de Temer. E ele os aceitou sob pena de não contar com votos suficientes para barrar um eventual retorno volta de Dilma. Tornou-se refém dos partidos. E assim será pelos próximos meses.
Que passem rápido.
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