Procuradores e advogados esperam uma reviravolta nas investigações que o procurador-geral Rodrigo Janot comanda e que envolvem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Operação Lava Jato. Até o mês passado, delatores que poderiam apresentar elementos contra o parlamentar se mantinham calados, a ponto de sofrerem ameaças dos investigadores de terem os benefícios da colaboração anulados caso omitissem informações.
A informação é de Mônica Bergamo, na sua coluna desta segunda-feira na Folha de S.Paulo. Diz a colunista que Janot, no limite, pensaria até em apresentar medida cautelar pedindo o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. A defesa do parlamentar tem repetido que Janot tenta coagir testemunhas. Cunha diz que as motivações do procurador-geral são políticas e que ele escolhe a quem investigar.
Antes de ser preso, no dia 19 deste mês, o empreiteiro Marcelo Odebrecht já analisava que Ricardo Pessoa, da UTC, era o "fio desencapado" que poderia trazer problemas maiores para o governo Dilma Rousseff. Outros empresários que buscavam se manter informados sobre as delações premiadas manifestavam a mesma certeza.
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