Da Folha de S.Paulo - Rubens Valente
A empresa de consultoria do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT) faturou R$ 34,9 milhões entre 2007 e 2010, época em que ele exercia o mandato de deputado federal. No período, sua empresa, a Projeto, foi contratada por 60 clientes de diferentes setores da economia, como firmas de planos de saúde, de alimentação e incorporadoras de imóveis.
Os principais clientes da Projeto foram a Amil, o escritório de advocacia do também ex-ministro Marcio Thomas Bastos (Justiça) e a Caoa Montadora de Veículos, todos com pagamentos acima de R$ 5 milhões (confira no gráfico). De 19 clientes ligados ao sistema financeiro nacional, como bancos e gestoras de fundos de investimentos, o ex-ministro da Fazenda recebeu R$ 4,36 milhões.
Entre os bancos, os principais clientes foram o Safra (R$ 1,12 milhão), o Itaú (R$ 440 mil), o Real (R$ 220 mil) e o Santander (R$ 160 mil). De empresas ligadas ao sistema financeiro também há registros das gestoras de recursos GAS Investimentos (R$ 370 mil) e JGP (R$ 350 mil), e da Brasif, que participa de diversos investimentos com capital próprio (R$ 735 mil).
Outro cliente da Projeto foi a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que desembolsou R$ 15 mil por uma palestra, segundo a entidade. Documentos entregues pela Receita Federal à investigação conduzida pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal sobre a Projeto revelam que os clientes do sistema financeiro foram responsáveis por 12,5% da arrecadação da firma no período.
Entre os clientes de Palocci não conhecidos até então estão o escritório de advocacia Caputo, Bastos & Fruet (R$ 85 mil), que atua em tribunais superiores; a fabricante de telhas Eternit (R$ 250 mil); a Souza Cruz (R$ 210 mil); a Holcim (R$ 310 mil), de cimento e concreto; e a PDG Realty (R$ 482 mil), construtora de imóveis.
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