segunda-feira, 22 de junho de 2015

Rejeição é alta, mas quem ganha?


Cristiana Lobo – Portal G1
A rejeição ao governo da presidente Dilma Rousseff chegou a níveis alarmantes para o PT, (os 65% de rejeição detectados pelo Datafolha neste fim de semana só estão abaixo de Collor na época do impeachment, em setembro de 1992) o que significa que tudo aquilo que o partido chegou a conquistar ao longo dos mandatos de Lula e no começo do primeiro mandato de Dilma já se descolou dos petistas.
Durante algum tempo, os especialistas diziam que o eleitorado era dividido em três partes quase iguais: o primeiro terço simpatizante ao PT, o segundo terço mais afinado com o PSDB e o terceiro terço independente – quem o conquistasse dominaria politicamente o país. Lula conseguiu isso e saiu do governo, em 2010, com 85% de aprovação. Dilma conquistou, de cara, com a tal "faxina ética" ao trocar ministros, e bateu em algo como 75% de aprovação à epoca. Mas, agora, Lula, Dilma e PT perdem o que já tiveram.
Desta forma, Lula, pela primeira vez, perde de forma contundente a dianteira numa simulação de disputa presidencial (ele é o único nome do PT até agora para disputar a Presidência em 2018) e fica com magros 26% das intenções de voto. Aécio, que já rivalizava com ele a dianteira nas pesquisas anteriores, agora abriu vantagem de nove pontos porcentuais e atinge 35% das intenções de voto.
Se é que se pode encontrar algum aspecto positivo para o PT nesta pesquisa Datafolha publicada neste domingo (21) é o fato de que com o desgaste incontestável do partido, do governo e de suas principais lideranças, o eleitor não correu para o outro lado. Aécio, Alckmin, Marina ou quem mais deseje disputar a Presidência da República, em 2018, terá de se esforçar para conquistar a confiança daquele terço de eleitores brasileiros que faz a diferença na disputa.
EsSe resultado nas pesquisas tão baixo é de preocupar qualquer governo e não está sendo diferente com Dilma. Ministros petistas próximos a ela, no entanto, observam que a estratégia da oposição, pelo menos até aqui, é a de desgastar ainda mais o governo, "fazer sangrar", e não um movimento pelo impeachment.
Isso é verdade, até certo ponto. A questão das "pedaladas fiscais" pode mudar o quadro: se o Tribunal de Contas da União rejeitar as contas da presidente relativas a 2014, é possível que a estratégia da oposição mude. Algumas mudanças já estão sendo vistas quando líderes de oposição, como Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, afirma que a responsabilidade é do presidente e não pode ser dada ao então secretário do Tesouro, Arno Augustin, que divulgou documento assumindo a responsabilidade pelas contas do primeiro mandato.
Um outro aspecto que pode dar um certo alento ao PT é que o desgaste do governo está centrado no desempenho da economia, no medo do desemprego e na expectativa econômica para o país. Portanto, se houver uma recuperação, Dilma pode se recuperar e, com ela, Lula e o PT. Isso porque, até aqui, ninguém ocupou esse vazio.
O PSDB sabe que tem um caminho promissor pela frente. Mas ainda terá de resolver se o candidato será Aécio, Alckmin ou Serra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Patos no Caminho da Mudança!

Ramonilson Alves, Deputado Federal Eflain Filho, Benone Leão e Umberto Joubert.  Por uma Patos Melhor!