Articulador de algumas das posições mais radicais contra a política econômica do governo Dilma Rousseff apresentadas durante o 5º Congresso do PT, o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, disse ao jornal O Estado de S.Paulo que a ala sindical do partido, espinha dorsal da legenda, não apoiará o ajuste fiscal levado a cabo pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, apesar dos apelos de Dilma. "Os trabalhadores não podem dar apoio a uma política econômica em que eles não têm aumento de salário", afirmou.
Na quinta-feira passada, a presidente participou do evento do partido, encerrado no sábado, em Salvador, no qual pediu amparo do PT ao governo. Durante o discurso de Dilma, integrantes da central mostraram uma faixa que dizia "Fora plano Levy", o que fez a presidente engasgar.
O presidente da CUT condicionou o apoio ao governo a duas medidas: vetar o projeto de lei que amplia a terceirização e sancionar alternativa ao fator previdenciário chamada de fórmula 85/95. "A presidenta precisa fazer duas coisas importantes para ter o apoio que ela solicitou da área petista do movimento sindical. Vetar o PL 4330 (projeto de lei da terceirização) e sancionar o 85/95. Com estas duas medidas ela vai ter nosso apoio irrestrito", garantiu.
Segundo ele, o PT também não pode endossar a política econômica do governo, sob o risco de perder o que resta de sua base política original, mesmo que os sindicalistas petistas tentem impor às suas bases o apoio a Dilma.
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