Não houve no Senado grande repercussão do arquivamento do pedido de cassação do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Maior interessado no processo, o PT se calou diante da decisão do presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), com receio de ser o próximo alvo da Lava Jato.
Nos corredores, petistas alegam "falta de tempo" e "excesso de atividades" na comissão do impeachment como empecilho para iniciar um embate com Jucá ou criticar o arquivamento do processo.
O áudio em que Jucá é flagrado, e razão pela qual a PGR pediu sua prisão, é considerado fundamental pela defesa de Dilma Rousseff contra o impeachment. Ainda assim, petistas não trouxeram o tema do pedido de cassação para a comissão que avalia o processo ou qualquer outra tribuna no Senado.
Apesar de, nos bastidores, os petistas assumirem que seria positivo para Dilma que o processo contra Jucá prosseguisse, eles são incapazes de liderar o movimento com receio de que um precedente seja aberto contra eles mesmos. São doze os senadores alvo da operação, entre eles, três petistas, justamente os principais porta-vozes do partido na Casa: o líder Humberto Costa (PE), Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ).
Telmário Mota (PDT-RR), autor do pedido de cassação e um dos maiores aliados da bancada do PT, sentiu-se abandonado no confronto com Jucá. A interlocutores, disse que Jucá sabe das principais "negociações políticas" do País, inclusive as que envolvem o PT, o que teria motivado o recuo dos colegas.
Para protocolar um recurso contra o arquivamento da cassação, Telmário teve que buscar apoio entre os petistas que não estão na mira da Lava Jato. Contou com a assinatura de Angela Portela (PT-RR) e Regina Sousa (PT-PI), além de três senadores de outras legendas. O Conselho de Ética terá de se reunir para analisar o recurso, mas os aliados de Jucá são maioria no colegiado e o arquivamento deve ser mantido.
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