quinta-feira, 9 de junho de 2016

Senadores recorrem de arquivamento de pedido de cassação de Jucá


Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr


Estadão Conteúdo – Seis senadores assinaram nesta quarta-feira (8) um recurso contra o arquivamento do pedido de cassação do senador Romero Jucá (PMDB-RR). O pedido foi arquivado pelo presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), nessa terça-feira (7), mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República pediu a prisão do senador por obstrução da Justiça, argumento do pedido de cassação.
O recurso foi protocolado no início da noite no Conselho de Ética e, conforme prevê o regimento, foi assinado por mais de cinco senadores do conselho. Além de Telmário Mota (PDT-RR), autor do pedido de cassação, também assinaram o recurso os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), João Capiberibe (PSB-AP) e Regina Sousa (PT-PI).
O recurso dos senadores terá de ser avaliado pelo plenário do Conselho de Ética, que possui 15 senadores titulares. Para ser aprovado, é necessária maioria simples. Apesar de seis senadores terem assinado o recurso, dois são suplentes no Conselho e podem não participar da votação.

CASSAÇÃO

O pedido de cassação de Jucá foi feito pelo PDT e protocolado por Telmário após a divulgação de diálogos entre o senador e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em que Jucá fala que é preciso “trocar o governo” para estancar a “sangria”, se referindo, supostamente à Operação Lava Jato.
A situação é semelhante ao caso do ex-senador Delcídio, que foi preso e cassado acusado de tentar obstruir a Justiça após divulgação de uma conversa em que ele sugeria uma rota de fuga para o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, preso no âmbito da Lava Jato.
“Entendo que as gravações de Jucá são muito mais fortes. Delcídio tentava obstruir a Justiça com um caso específico, Jucá fala de um pacto para parar a investigação. Não era um nome, ele queria parar a Operação como um todo”, argumenta Telmário. Ao pedir a prisão de Jucá, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também teria argumentado que o caso de Jucá é mais grave que o de Delcídio.

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