A campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff embolsou US$4,5 milhões (mais de R$15 milhões) no caixa 2, em 2014, conforme revelou o engenheiro Zwi Skornicki, representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels. A suspeita é que originalmente o dinheiro saiu da Petrobras, da qual o estaleiro é fornecedor e parceiro. Realizado diretamente ao marqueteiro João Santana, o pagamento "por fora" não foi declarado à Justiça Eleitoral.
A confissão de Zwi Skornicki foi feita no âmbito de um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, ainda a ser homologado pelo juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara da Justiça Federal, segundo reportagem do site do jornal O Globo. Os pagamentos foram realizados entre setembro de 2013 e novembro de 2014.
A mulher de João Santana, Mônica Moura, disse ao ser presa que os pagamentos recebidos de Zwi Skornicki estavam relacionados a contratos do estaleiro Keppel em Angola, país onde o casal Santana também prestou serviços para políticos. Mas Skornicki desmentiu essa versão e prometeu entregar aos procuradores registros de reuniões e encontros com João Vaccari, tesoureiro do PT, para tratar dos pagamentos à campanha de Dilma.
Zwi está preso na carceragem da Polícia Federal desde fevereiro acusado de intermediar propinas do esquema de corrupção na Petrobras. Na 23ª fase da Lava-Jato, batizada de “Acarajé”, os investigadores encontraram repasses no exterior de Zwi para o marqueteiro do PT João Santana. A delação ainda terá que se homologada pela Justiça após a conclusão dos depoimentos à força tarefa da Lava-Jato.
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