quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Maia: Casa vai respeitar uma 2ª denúncia apresentada


"Se PGR entender que cabe nova denúncia, Câmara vai respeitar", diz Maia. O presidente da Câmara também utilizou a votação desta quarta-feira como termômetro para a votação de reforma da previdência, que precisa de 308 votos.
O Estado de S.Paulo - Igor Gadelha

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira que a Casa vai "entender" e "respeitar" uma eventual segunda denúncia apresentada pelo procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer. Segundo Maia, um segundo pedido de investigação vai paralisar os trabalhos da Casa, mas será enfrentada.
"Se vier outra denúncia, os trabalhos param, obviamente, mas vamos enfrentar", afirmou Maia em entrevista ainda no plenário da Câmara, após encerrar sessão em que a Casa arquivou a primeira denúncia por corrupção passiva apresentada pela PGR contra Temer. A denúncia foi barrada por 263 votos a 227. Houve ainda duas abstenções e 19 parlamentares não compareceram ao plenário para votar.
O presidente da Câmara afirmou que uma nova denúncia caberá a Janot e que qualquer que seja a decisão dele a Casa "vai respeitar". Maia disse, porém, que espera que a Casa possa retomar uma pauta de projetos que ajudem o Brasil a sair da crise e retomar o crescimento econômico. Além disso, lembrou que deverá pautar a votação da reforma política para as próximas duas semanas na Casa. "A reforma tributária é polêmica também", descartou.
O parlamentar fluminense voltou a criticar mudança na meta fiscal para este ano. Como vem mostrando o Broadcast, a equipe econômica estuda aumentar em R$ 30 bilhões a previsão de déficit nas contas públicas para até R$ 159 bilhões. O montante é o mesmo déficit previsto pela meta fiscal do ano passado. "Mudança na meta é muito ruim, mostra que não soubeos cortar gastos", afirmou. 
Previdência. Maia usou a votação da denúncia como "termômetro" para a votação da reforma da previdência. "Sabemos que vamos ter que reoganizar a votação. Para ter os 308 votos necessários, vamos ter que reorganizar", afirmou Maia em entrevista ainda no plenário, logo após encerrar a sessão em que a denúncia contra Temer foi votada. Na votação de hoje, o governo só conseguiu reunir 263 votos contra a abertura de investigação, além de duas abstenções e 19 ausências, também consideradas favoráveis a Temer.
Maia afirmou que será preciso entender melhor o "ambiente" na base aliada para que a reforma da Previdência possa ser votada. Por esse motivo, ele evitou dar uma previsão de quando a proposta será votada. Em entrevista ao Broadcast em julho, o presidente da Câmara chegou a dizer que, se a reforma não começasse a ser analisada em plenário até o fim de agosto, não haveria mais condições de votá-la antes de 2019.

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