Do portal G - Camila Bomfim e Vianey Bentes - Da TV Globo, em Brasília
A Polícia Federal apontou indícios de corrupção passiva após a conclusão dos inquéritos abertos para apurar a participação do deputado Arthur Lira (PP-AL) e de seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL), no esquema de corrupção que atuava na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com as investigações, há suspeita de que os dois parlamentares receberam propina no esquema.
No caso do deputado Arthur Lira, que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Youssef afirmou, também em delação premiada, que teria pago despesas de campanha do parlamentar em 2010.O doleiro também disse que soube que um assessor do deputado recebeu R$ 100 mil em espécie, mas que ele teria sido detido com o dinheiro no Aeroporto de Congonhas. De acordo com Youssef, o deputado recebia repasses mensais entre R$ 30 mil e R$ 150 mil da "cota" do PP no esquema de corrupção.
Segundo o texto do relatório, Arthur Lira e Benedito de Lira "se beneficiaram com o recebimento de quantias periódicas indevidas, oriundas do pagamento de propinas por por empresas que tinham contratos corn a Petrobras, em razão do controle pela Partido Progressista (PP) da Diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa, tudo em traca de votar a favor de projetos de interesse do governo federal".
Benedito de Lira negou relação com o esquema. O deputado Arthur Lira, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, afirmou não ter "nenhum comprometimento" (leia mais sobre as versões dos parlamantares ao final desta reportagem).
O ministro Teori Zavascki, responsável pelos inquéritos no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), já enviou o relatório da PF para análise do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que decidirá se apresenta denúncia contra os dois parlamentares.
Janot pode ainda solicitar mais diligências da PF, caso considere que o caso precisa de mais provas, ou decidir pelo arquivamento do inquérito.
Durante as investigações, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou, em delação premiada, que repassou R$ 1 milhão, por intermédio do doleiro Alberto Youssef, para a campanha de 2010 ao Senado de Benedito de Lira.
O valor, segundo Costa, teria saído da "cota" destinada ao PP no esquema de corrupção e seria decorrente de sobrepreços em contratos da Petrobras.
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