quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Ministro abraçou a impunidade

Magno Martins
Do ponto de vista de argumentação jurídica, o voto do ministro Celso de Mello, que desempatou o julgamento do mensalão em favor dos réus, pode até não ser contestado. Mas foi veementemente repelido pela sociedade.
A opinião pública saiu derrotada, a credibilidade da Justiça sofreu um arranhão e tanto. Como havia um empate, ou seja, a corte estava dividida, Mello não teria nenhum problema em negar os embargos infringentes, porque, neste caso, acompanharia o voto e a leitura, consequentemente, de mais quatro ministros.
Celso de Mello preferiu entrar na contramão da história. Ficará seu currículo manchado para o resto da vida como o juiz da impunidade, que abortou com o seu voto de minerva a prisão imediata de 12 réus confessos do maior escândalo do Brasil nos últimos 50 anos.
Celso foi vacilante, fraco, covarde. Deu às costas a maioria esmagadora da sociedade, que torceu e fez figa pela prisão dos mensaleiros. Alguns segmentos, provavelmente sonhando, ainda criaram expectativas quanto ao voto contrário de Mello.
Todavia, ao longo dos últimos dias, desde o momento em que sobrou para ele o voto do desempate, deu indicativos mais do que claros e evidentes de que salvaria os mensaleiros, dando nova oportunidade em novo julgamento.
Este novo julgamento é um conto de fada, jogo de cartas marcado, porque se no primeiro, onde metade dos juízes do STF se pronunciou pelo fim da impunidade, não se chegou a lugar nenhum, o próximo tende apenas a afrouxar as penas e evitar que 12 dos 25 réus venham a cumprir suas penas em regime fechado e não semiaberto.

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