sábado, 27 de janeiro de 2018

Pressão sobre tribunal foi gol contra de Gleisi


José Antônio Severo – Blog Os Divergentes
Foi apenas um gol contra. O jogo não terminou, mas já passa da metade do segundo tempo. A esquerda lulista perde por dois a zero: gol de Sérgio Moro, condenando o ex-presidente Lula à cadeia; o segundo gol já aconteceu, contra, pela zagueira Gleisi Hoffmann. Os jovens desembargadores não aceitaram a “pressão popular” e deram uma resposta pragmática. A bola agora foi para a marca do pênalti.
A quarta-feira de sangue converteu-se num anticlímax, pois se Lula teve a pena aumentada, não foi preso nem calado. Todos voltaram para casa sem uma resposta imediata. Não dá para misturar a lógica dos tribunais com o calor das grandes manifestações. Nenhuma mobilização aguenta um prazo processual.
A continuar nessa levada, a partida termina em goleada: a esquerda leva mais um gol nos embargos, toma o quarto no STJ e, o placar final pode aumentar no Supremo. Então Lula irá para a prisão, talvez uma pena semiaberta depois de passar alguns meses na cadeia. Ou então foge para o Exterior, ganha um passaporte da ONU e ficará a vagar pelo mundo.
A possibilidade de o Supremo de alguma forma salvar Lula é remota, mas possível. Esta possibilidade foi muito bem explorada jornalisticamente na matéria do divergente João Gabriel Alvarenga. Voltemos a ela.
O STF é o último tribunal político do País. Todas as demais instâncias judiciais foram profissionalizadas e seus quadros preenchidos por concursos, por sinal muito rigorosos, demandando estudos e capacidade aos candidatos.
O Supremo também pode entrar nessa vertente se passar a proposta do senador gaúcho Lasier Martins de escolha técnica dos ministros do STF. Até lá ainda temos esse plenário que se assiste pela televisão. Os militantes dos partidos que apoiam o ex-presidente contam com isto para reverter às sentenças. É possível, pois aquela Corte sempre votou com o politicamente correto, demonstrando sua flexibilidade a pressões externas. É o último recurso.
Se isto acontecer os momentos finais dessa partida será dramático. De um lado militâncias estridentes procurando atemorizar as classes médias coxinhas acomodadas, e com isto dobrar o Judiciário; de outro a comunidade jurídica (OAB, advogados, juízes, promotores etc.) a defender o poder que conquistado, que se consubstanciaria na prisão do maior líder popular em ação no País. Será uma queda de braço sem precedentes. Como nunca na História deste País, diria Lula. 

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