domingo, 12 de janeiro de 2014

Crise no Maranhão e as trapalhadas de Roseana Sarney

O Maranhão está com uma crise séria de segurança, mas qual a “desculpa” da Governadora Roseana Sarney (PMDB)? Que o Estado está “mais rico”, mais populoso e por isso há mais violência. Sério, Governadora? Pelo vosso raciocínio a Suíça deveria ser um país violentíssimo, enquanto a África do Sul deveria ser o país mais rico do mundo, seguida de perto pelo Sudão.
Então o desenvolvimento econômico de uma região tem como uma das consequências o aumento da violência, sendo que possibilita a mais indivíduos ascenderem de classe social e obterem condições sociais, profissionais e financeiras melhores? Explique-me, governadora, como uma região onde os indivíduos supostamente estão gerando mais riqueza e obtendo mais renda, diminuindo a miséria, pode ter como uma das causas o aumento da violência?
Não faz o menor sentido! Ora, então há mais pessoas para serem roubadas e só esse fato justifica o aumento da violência?  Há mais oportunidades para obtenção de renda, logo, há menos pobres e/ou miseráveis, como pode haver mais criminosos ou mais crimes? Se o Estado está crescendo economicamente é óbvio que menos pessoas estão marginalizadas e os índices de violência deveriam diminuir, não aumentar.
A outra desculpa é que além de mais rico o Maranhão também está mais populoso. Mas se o Estado está mais rico há a geração contínua de oportunidades para absorver o aumento populacional e integrar os cidadãos ao mercado de trabalho. Logo, o aumento populacional nada tem a ver com o problema da segurança. Ou a governadora quer dizer que estão nascendo mais bandidos? Nesse caso, se contradiz em vosso discurso, pois também afirmastes que os maranhenses não são naturalmente violentos, pelo contrário, disse que são pacíficos. Se nascerem mais pessoas pacíficas, como isso pode contribuir para o aumento da violência, governadora?
A segurança pública é ineficiente, pois o serviço não está atrelado ao sistema de preços nem ao mecanismo de lucros e prejuízos, impossibilitando a precisão da demanda e decisões racionais de como alocar os recursos disponíveis. Em resumo há regiões que demandam mais segurança que outras, no entanto, o Estado é incapaz de precisar essa demanda e a alocação dos recursos acaba prejudicada severamente. O resultado são a escassez e a má qualidade do serviço para a população.
Mas reconhecer o problema e arrumar a casa não é do interesse de Roseana Sarney (assim como não é interesse da maioria dos políticos).
A segurança nos presídios está comprometida. Só no Complexo da Pedrinha (a maior penitenciária do Estado) houve 60 assassinatos em 2013. Fora isso, líderes do crime organizado deram ordens diretamente de dentro do Complexo da Pedrinha para que houvesse vandalismo nas ruas. Ônibus foram incendiados e pessoas aterrorizadas. Fala-se em intervenção Federal para conter a crise, algo que Roseana Sarney nega veemente.
Por isso defendo a privatização do sistema penitenciário brasileiro, colocando os presídios nas mãos da iniciativa privada que terá o direito de explorar a mão de obra dos presos em troca do sustento destes dentro do sistema. Além de desestimular rebeliões, dividir melhor os presos separando mais perigosos de menos perigosos (assassinos de quem cometeu pequeno furto, por exemplo) e inibir a destruição dos presídios pelos detentos (pois teriam que trabalhar mais para pagar os prejuízos), ao colocar nas mãos da iniciativa privada aumenta-se a qualidade do serviço e até de vida dos presidiários, pois interessas à empresas que eles estejam saudáveis e aptos ao trabalho.
Por estar sujeita ao sistema de preços e ao mecanismo de lucros e prejuízos as empresas identificam a demanda e conseguem alocar racionalmente os recursos disponíveis para melhor atendê-la. Some tudo isso à desoneração e desburocratização do setor depois que privatizado e haverá livre concorrência, que obriga as empresas a investirem em qualidade e preços/custos baixos, ou seja, melhorará ainda mais o serviço do que o previsto inicialmente.
Os presos também terão oportunidades de adquirir experiência e aprender uma profissão, facilitando a reintegração social deles e proporcionando a inserção entre os economicamente ativos após a soltura. O índice de violência/criminalidade diminuirá significativamente no longo prazo, com uma base sólida e sustentável desde que outras reformas sejam implantadas para conferir mais liberdade econômica e social aos indivíduos e incentivar a livre concorrência, propiciando um ambiente com mais oportunidades para geração de riqueza e renda. Nessa reformas pode-se incluir corte de imposto e desregulamentação gradual de cada setor da economia, mas delas falarei muito neste blog e em outros artigos.
Mas nada disso importa, pois o povo do Maranhão não é violento e está enriquecendo, segundo Roseana Sarney. Por isso que em 30 de junho de 2013 um juiz de futebol que apitava um jogo em Santa Inês, no interior do Maranhão, reagiu à agressão de um jogador de 30 anos com uma facada, o jogador morreu a caminho do hospital e o juiz foi amarrado, agredido, apedrejado e depois esquartejado, com sua cabeça sendo pendurada em uma estaca. O ser humano tem a capacidade de ser violento ou pacífico e os maranhenses não escapam a essa capacidade.
Na questão do enriquecimento, como pode a governadora afirmar isso, sendo que dos dez municípios mais pobres do Brasil sete estão no Maranhão? Por acaso a governadora esqueceu que o Maranhão tem a pior renda média per capita do país? Que enriquecimento é esse que é grande o suficiente para justificar um crise de segurança pública e aumento da violência, mas não é grande o suficiente para retirar o Estado da penúltima colocação em PIB per capita no país?
Em meio a esse turbilhão Roseana Sarney não deixou de se preocupar com o próprio conforto (custeado pelos contribuintes). O Governo do Maranhão iniciou licitação para abastecimento da residência oficial da governadora e da casa de veraneio. Após a imprensa revelar o conteúdo da licitação houve o cancelamento da mesma.
Foram licitados 2,4 toneladas de camarão, 80 kg de lagosta, 220 kg de bacalhau de primeira qualidade, entre outros itens, como 750 kg de patinha de camarão fresca. A licitação passou de R$1 milhão.
Há uma crise grave de segurança pública no Maranhão; o que não é de espantar já que o Estado é o 3º que menos investe no setor (R$127 per capita). Mas claro que esse fato não quer dizer nada e a culpa é dos supostos enriquecimento e crescimento da população maranhense. Então, no meio da crise, a governadora resolve abastecer a própria residência e a casa de veraneio com toneladas de camarão fresco e 950 kg de sorvete, além dos itens já citados.
Uma das frases mais certeiras foi proferida pelo 16º presidente dos Estados Unidos da América, Abraham Lincoln: “É melhor calar-se e deixar as pessoas pensarem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida”. Com certeza se aplica à Roseana Sarney, não só pelo que fala, mas também por suas ações.
É provável que a filha do senador José Sarney (PMDB) não esteja preocupada com o que diz e o que faz como governadora do Maranhão, pois deve renunciar em abril de 2014 para concorrer ao Senado. Com a influência que os Sarney exercem sobre o Maranhão não deve ser difícil a eleição de Roseana, que pode ser dar ao luxo de falar o que vem à cabeça, enquanto os maranhenses andam de cabeça baixa e com medo.
Por Roberto Lacerda Barricelli

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