quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Batendo no PSB


   Até então com contestações discretas em relação ao PSB, legenda que detém o poder na instância estadual e na Prefeitura do Recife numa aliança com o seu partido, o DEM, a deputa Priscila Krause rasgou a fantasia, saiu da toca e centrou fogo no governador Paulo Câmara e no prefeito Geraldo Júlio, contestando convênios celebrados para obras na capital.
São valores da ordem de R$ 60,66 milhões que se destinam a um conjunto de obras sociais em áreas pobres do Recife, Linha do Tiro, do Córrego Jenipapo, Morro da Conceição, Cordeiro e Alto Santa Terezinha. “Os convênios são ilegais porque o Recife não pode pactuar novas obras com o FEM por conta de atrasos nas obras anteriores”, alega a parlamentar.
Priscila atua na Assembleia com os olhos na política municipal. Sua ação não se estende ao Estado, mas ao Recife. Não conseguiu ainda se desvincular da Câmara, onde cumpriu três mandatos de vereadora, porque deseja disputar a Prefeitura. E para virar notícia, faz de tudo.
Algo inerente a quem planeja desafio majoritária é ficar na vitrine, especialmente no Recife, eleitorado exigente, onde os pleitos são decididos com frentes mínimas, muitas vezes inferiores a 1%. Por isso, Priscila procura enlouquecidamente os holofotes, que dela se distanciaram neste primeiro ano na Assembleia, enquanto virou visgo no dia a dia do líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho.
Só que Mendonça, diferentemente de Priscila, está inserido num contexto bem diferenciado. No plano nacional, o DEM faz oposição frontal ao Governo Dilma, sendo um dos signatários do pedido de impeachment da presidente. Em Pernambuco e no Recife, o DEM, ao contrário, conjuga outro verbo.
É o verbo governar. O DEM, partido da deputada, está carimbado nos dois níveis de governo, ocupando cargos não apenas na gestão do governador Paulo Câmara como na de Geraldo Julio, no Recife. Priscila foi consultada na época e concordou. Mas como quer, a todo custo, se investir de candidata à sucessão na capital, abriu uma dissidência no seu partido.
Só esqueceu de combinar com o chefe, Mendonça Filho, presidente estadual da sua legenda, que até que diga o contrário, está afinado com Câmara e alinhado com a reeleição de Geraldo Júlio. Há quem aposte, entretanto, que a deputada optou pela radicalização de “oposicionista” para ganhar a carta de alforria do DEM.
Para quem, porém, tem origens no campo da direita, começado sua trajetória no PFL como presidente da Juventude Pefelista e por cima aliada de Marco Maciel, Roberto Magalhães e Joaquim Francisco, construir uma alternativa partidária em outro campo ideológico, a esta altura, se constituirá, fatalmente, uma barreira quase instransponível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Patos no Caminho da Mudança!

Ramonilson Alves, Deputado Federal Eflain Filho, Benone Leão e Umberto Joubert.  Por uma Patos Melhor!