sábado, 26 de dezembro de 2015

Jarbas e a vassoura da limpeza

  O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB), que passa temporada em Portugal, aproveitando o recesso parlamentar, não tem projeto para disputar a Prefeitura do Recife. Nas conversas com os principais líderes do PSB no Estado, a começar pelo governador Paulo Câmara, deixa claro que não descarta entrar na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados.
Este é o seu desejo. Mas para Jarbas chegar lá, primeiro a Câmara tem que se livrar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ganhou uma discreta sobrevivência com a opção do Congresso pelas férias de janeiro, descartando convocação extraordinária, como queria a presidente Dilma, para dar celeridade ao processo de impeachment aberto pela Câmara de uma forma e alterado pelo Supremo Tribunal Federal.
Na onda crescente de que o País tem que ser passado a limpo, livrando-se não apenas de Cunha, mas também de Dilma, Jarbas pode ser um catalizador. Tem história, envergadura para o cargo, o respeito dos seus pares e da Nação. Precisa, entretanto, ganhar o apoio do seu partido, onde ainda sofre de um isolamento atroz, reconhecido por ele próprio.
Não será tarefa fácil. Segundo maior partido no Congresso, o PMDB tem uma corrente majoritária, liderada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que não banca Jarbas. A ala de Temer, vice-presidente da República e presidente de honra do partido, não seria difícil Jarbas conquistar o apoio e a simpatia. O problema maior reside no Governo.
Com sete ministérios, o PMDB não vai largar a inhaca do poder e tende, portanto, a apoiar, no caso do afastamento de Cunha da presidência da Câmara, um nome alinhado ao Palácio do Planalto. Quem manda no PMDB é o Governo e sem os votos do seu partido Jarbas certamente entraria numa grande aventura. Mas o que custa a ele disputar?
Absolutamente nada! Como dizia Tancredo Neves, time que não joga não ganha campeonato. Jarbas entraria no jogo com o discurso centrado na moralidade e no resgate do conceito de respeitabilidade da Câmara dos Deputados. Como Jânio Quadros, poderia adotar até a vassoura como símbolo, para varrer a corrupção, estabelecendo um novo paradigma no parlamento brasileiro.
Jarbas não assume, mas está com um grande apetite para entrar na disputa. A opinião pública, está conquistando. Até em Jô Soares e no Roda Viva esteve. O País sabe o que pensa e o que deseja. Como nunca fugiu à luta nem é frouxo para desafios que parecem impossíveis, apeado Cunha do comando da Câmara no dia seguinte Jarbas dá o start da sua campanha. Desde já, como disse acima, adotando a vassoura para operar a limpeza da Casa do povo brasileiro.

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