quarta-feira, 6 de junho de 2012

"Tem que justificar esse candidato biônico"

Paulo Augusto

Por várias horas, a militância de João da Costa “fez a sua parte”. Tomou a sede do Diretório municipal, no que foi chamado de “vigília” em prol do prefeito, e marcou terreno como forma de demonstrar insatisfação com a interferência da Executiva nacional do PT na disputa no Recife. Porém, em que pese a esperança de que a reunião em São Paulo trouxesse algo de novo, a maioria sabia que dificilmente eles terminariam a noite dessa terça-feira sorrindo. De fato, às 18h40 veio a notícia nem tão surpreendente assim – João da Costa está sacado da disputa. Porém, a forma como a decisão teria sido tomada – sem debates, nem votação – revoltou ainda mais a já ferida militância.
Tal fato pôde ser percebido, por exemplo, nas palavras da deputada estadual Teresa Leitão, que chegou ao diretório municipal do PT pouco antes de ser comunicada do resultado da reunião em São Paulo. “Uma coisa é perder no debate e no voto. Mas sem discussão? Não existem argumentos. Cade a consistência do debate? Tem que justificar para a militância (porque) essa intervenção e esse candidato biônico (em referência a Humberto Costa).”
Ex-integrante da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), de Humberto e Maurício Rands, a parlamentar alertou que vai ser preciso muito esforço para que a militância de João da Costa entre numa eventual campanha de Humberto para prefeito do Recife. “Vai ter que ser feito um esforço muito grande. Houve muito desdém da parte deles e, quando tudo caminhava para uma tranquilidade, a gente é chamado de maloqueiro”, criticou Teresa. Em entrevista à Rádio Folha, na segunda-feira, o ex-deputado Dilson Peixoto, membro da CNB, acusou o prefeito de contratar “maloqueiros” para se passar por militantes. “Eu não sei como a militância vai agir de agora em diante. Mas Humberto vai querer esses ‘maloqueiros’ de João da Costa com ele”, ironizou Teresa Leitão.

“Vai ter que ser feito um esforço muito grande. Houve muito desdém da parte deles e, quando tudo caminhava para uma tranquilidade, a gente é chamado de maloqueiro
”deputada estadual Teresa Leitão
Apesar do clima triste e pesado, em todo o momento, vale ressaltar, era pedido tranquilidade aos militantes – que, embora estivessem nitidamente abatidos, não emitiam sinais maiores de revolta. “A luta não acabou aqui. Temos que esperar o comando do prefeito. Existem outras maneiras de tentarmos reverter essa decisão”, disse, aos militantes, o vereador Osmar Ricardo.

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