quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Depois do carnaval

Carlos Chagas
A força da afirmação geralmente é maior do que a força da negação. Se alguém acusa determinado cidadão de ladrão ou assassino, por mais que ele negue será maior a impressão de tratar-se de alguém culpado e condenado. A dúvida, prejudicando a imagem do infeliz, permanecerá contra ele. É assim que as coisas funcionam, com raras exceções.
Afirma-se que os escândalos na Petrobras emergiram no governo Lula, estendendo-se até o governo Dilma. Pode até ser que a roubalheira na estatal se tenha multiplicado a partir da subida do PT ao poder, mas alguém negará que vem de antes? Fica, no entanto, a versão afirmativa.
Vale o mesmo para a campanha que há tempos denuncia a fragilidade dos políticos e os compara a marginais. Claro que tem muitos vigaristas na atividade, gente que precisaria estar na cadeia, mas será justo generalizar serem todos bandidos? Tem políticos honestos e competentes, no Congresso e fora dele, ainda que diminuindo de número, de ano para ano.
Da mesma forma como na administração pública. Existem ministros que jamais mereceriam ter sido nomeados, pessoas sem a menor capacidade de exercer suas funções, escolhidos por fatores corporativos, fisiológicos ou desimportantes. Mas pode-se verificar no ministério e nos escalões subsequentes quem justifique seus vencimentos e seu trabalho.
Seria bom que depois do Carnaval a poeira começasse a assentar e o bom senso prevalecesse, independente de partidos, grupos e até quadrilhas que evoluem em torno do governo. Porque, caso contrário, caminharemos para o precipício, ou seja, a negação de todos os valores que deveriam pautar a vida em sociedade. Um pouco de otimismo não faz falta a ninguém, sejam os donos do poder companheiros, tucanos, socialistas ou conservadores. Ruim com eles, pior sem eles.

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