quinta-feira, 11 de outubro de 2018

PF prende ex-governador Marconi Perillo


Suspeitas de receber R$ 12 milhões da Odebrecht
Ordem de prisão foi informada no momento em que Perillo prestava depoimento
Aguirre Talento e Mateus Coutinho -O Globo
Polícia Federalprendeu preventivamente na tarde desta quarta-feira o ex-governador tucano Marconi Perillo,candidato derrotado ao Senado pelo estado de Goiás, por suspeitas envolvendo pagamentos de propina da Odebrecht, investigada na operação batizada de Cash Delivery .
As suspeitas são que o ex-governador recebeu da Odebrecht R$ 2 milhões em 2010 e R$ 10 milhões em 2014, em troca de benefícios em obras no estado.
Segundo a defesa de Perillo, a ordem de prisão, concedida pela Justiça Federal de Goiás, foi informada ao tucano no momento em que ele se apresentou na PF para prestar depoimento sobre o caso. O ex-coordenador de suas campanhas eleitorais, Jayme Rincón, havia sido preso na deflagração da operação, no último dia 28 , mas a PF na ocasião afirmou que não podia solicitar a prisão de Perillo porque estava próximo das eleições e ele era candidato.
No pedido da prisão, o Ministério Público Federal afirma que “abundam indícios” de que Perillo é chefe da organização criminosa e diz que o resultado das buscas e apreensões, como o fato de terem encontrado R$ 1 milhão nas residências de investigados, mostra que a organização “encontra-se atualmente em franca atividade de coleta de propina e de lavagem de dinheiro”. O MPF cita que Perillo continuava mantendo influência sobre o governo estadual e que já estava se articulando para ser indicado ao Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás para obter foro privilegiado e tentar se blindar das investigações.
Em sua decisão, o juiz federal Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara Federal de Goiás, afirmou que havia risco de a organização criminosa estar em atuação durante o período eleitoral, por isso seria justificável a prisão preventiva do ex-governador. “Possíveis dívidas de campanha ainda podem estar sendo pagas, fechamentos de contas eleitorais sendo realizados, bem como valores arrecadados podem ainda estar em vias de ser distribuídos, de modo que a necessidade da prisão não deve ser afastada antes do término do período eleitoral, sobretudo se considerada a precipitada influência do investigado no governo estadual”.
Ouvido pela PF na ocasião de sua prisão, Ryncón confirmou ter sido procurado por executivos da Odebrecht para tratar de contribuições financeiras às campanhas de Perillo, mas diz que todos os valores recebidos foram registrados na Justiça Eleitoral e legais.
Em nota, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região já havia concedido duas decisões liminares para soltar duas outras pessoas presas nessa mesma operação e disse que “não há nenhum fato novo que justifique” a prisão. “A defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham contemporaneidade”, afirmou Kakay.

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