quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Vaidoso, rico e explosivo

    O mal entendido que João Santana diz estar havendo não existe. A Odebrecht estaria, então, pagando a ele por trabalhos feitos no exterior? É ilegal do mesmo jeito. A explicação não bate. Quando a Lava-Jato prende alguém é porque se tem absoluta certeza de que as provas são contundentes e a pessoa será condenada. E nessa operação, os procuradores disseram que nunca tiveram tantas provas documentais.
O baiano João Santana é jornalista, mas não gosta de dar entrevistas. É vaidoso e não esconde as boas relações com o poder. Com 1,60 m, é considerado um gigante do marketing político. Pela América Latina e África, elegeu seis presidentes. Na República Dominicana, onde ficou sabendo que teve prisão temporária decretada, tenta reeleger Danilo Medina, a quem já garantira a vitória em 2012.
Em 2006, Santana ajudou Lula a garantir a reeleição. Elegeu Dilma em 2010, que até então tinha pouca projeção política. Na campanha de reeleição, em 2014, o marqueteiro foi acusado de maquiar a realidade econômica do país. As campanhas de João Santana têm como características o uso de muitos cenários, figurantes e atores, o que encarece bastante suas produções.
O marqueteiro não costuma destacar o vermelho do partido - para minimizar a rejeição de parte do eleitorado -, o que sempre irrita as alas mais radicais da legenda. Quando a disputa se acirra, Santana é conhecido por campanhas de tom agressivo. A essa agressividade é creditada a derrota da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), em 2008, à Prefeitura de São Paulo.
Naquela época petista de carteirinha e coração, Marta perdeu votos e aliados ao acusar o prefeito Gilberto Kassab em seu programa de TV lançando dúvidas sobre sua vida pessoal: “É casado? Tem filhos?”. Kassab foi reeleito. Em São Paulo, Santana só se redimiu com o PT local quando elegeu Fernando Haddad em 2012.
Em 2014, a polêmica foi com Marina Silva. A ex-petista não gostou da condução dos ataques da campanha do partido que havia ajudado a criar. Segundo a Polícia Federal, o marqueteiro é acusado de ter recebido, através de offshores, US$ 7 milhões da Odebrecht e de um suposto operador de propinas. O mandado é de prisão temporária, cuja validade é de cinco dias podendo ser renovada por mais cinco dias ou ampliada para prisão temporária ou preventiva caso a Justiça considere necessário.

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