domingo, 31 de janeiro de 2016

Advogado de Zé Dirceu diz que ele já pagou os seus “pecados”

José Dirceu - Foto Victor Soares- hor-ABr
O advogado Roberto Podval, que defende o ex-ministroJosé Dirceu, disse em coletiva de imprensa neste final de semana que ele “admitiu suas culpas” em depoimento que prestou perante o juiz Sérgio Moro, na última sexta-feira (29).
Segundo Podval, o ex-ministro respondeu todas as perguntas do juiz e não escondeu absolutamente nada. Disse ser verdade, por exemplo, que o lobista e “delator premiado” Milton Pascowitch pagou a reforma de um apartamento e de uma casa de sua propriedade, conforme havia contado ao Ministério Público.
“Os seus pecados, o Zé Dirceu admitiu. Tentou ser o mais claro possível, o mais correto possível. É só olhar as propriedades, o dinheiro que ele (Dirceu) tem para saber qual é a verdade disso. Muitos delatores devolveram muito dinheiro, R$ 80 milhões, ficaram com R$ 40 (milhões), estão soltos e dando risada por aí. O Zé está preso”, declarou o criminalista.
De acordo ainda com sua versão, “O Zé Dirceu admitiu que fez negócio, que permitiu que o Milton Pascowitch pagasse a reforma do apartamento e da casa”, ressalvando, porém, que “isso era uma coisa dele com o lobista e não tinha nada a ver com propina ou coisa que o valha.
“Imagino que o Pascowitch se aproveitou da situação e ‘vendeu’ o Zé. O Zé sempre permitiu ser usado por terceiros que ganharam milhões às suas custas. Estão rindo aí, andando por aí, e o Zé Dirceu preso. É ridículo”.
Por outro lado, o ex-ministro teria negado ser o pai da indicação do engenheiro Renato Duque para a Diretoria de Serviços da Petrobras. Segundo ele, a indicação teria partido de Sílvio Pereira, o “Silvinho”, secretário geral do PT em 2005.
“Não indiquei Renato Duque, eu não o conhecia. E não tinha nenhum interesse pessoal na indicação dele. Como ministro da Casa Civil, assinei (a nomeação). E não tiro a minha responsabilidade”, teria dito o ex-ministro.
Dirceu também teria confessado que viajou várias vezes num jatinho do também lobista e “delator premiado” Julio Camargo. “Os aviões me foram cedidos. A vida inteira me foram cedidos. Foram cedidos por ele (Júlio Camargo), foram cedidos por outros”, declarou.
Segundo Podval,  “era bacana ser amigo do Zé Dirceu. Era bacana oferecer o avião para o Zé Dirceu. Claro, nas costas dele estavam ganhando dinheiro em cima disso”.
Enquanto isso, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) continua aguardando na prisão, em Curitiba, que sua delação seja homologada pelo ministro Teori Zavascki (STF), fato que ainda não ocorreu porque faltam provas.

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