quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

PF aponta ‘alto grau de suspeita’ sobre tríplex que seria de Lula


Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
Estadão Conteúdo – A Polícia Federal incluiu o tríplex 164-A, que seria da família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Edifício Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo, no rol de imóveis com “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade” sob investigação na Operação Triplo X (22ª fase da Lava Jato) deflagrada nesta quarta-feira, 27.
“Manobras financeiras e comerciais complexas envolvendo a empreiteira OAS, a cooperativa Bancoop e pessoas vinculadas a esta última e ao Partido dos Trabalhadores apontam que unidades do condomínio Solaris (…) podem ter sido repassadas a título de propina pela OAS em troca de benesses junto aos contratos da Petrobras”, informa a representação de prisões e de buscas e apreensões da Triplo X assinada pela delegada Erika Miarik Marena, da equipe da Lava Jato, em Curitiba.
“Além das inconsistências já detectadas quanto ao imóvel que pertencera a Marice Correa de Lima (cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto), igualmente chamaram a atenção outros imóveis do mesmo condomínio que indicaram alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade”, registra a PF.
O relatório da Polícia Federal é ilustrado com um diagrama que inclui oito tríplex do condomínio Solaris, quatro da Torre A e quatro da Torre B – entre eles o 164 A. O diagrama montado pela PF indica que a OAS – empreiteira acusada por cartel no esquema de propinas na Petrobras – aparece como proprietária do triplex 164 A.
O alvo central da Triplo X são imóveis da Bancoop, adquiridos pela OAS, em nome da família de Vaccari e também o tríplex 163-B, na torre vizinha à que abriga o apartamento que seria de Lula. O imóvel está em nome da offshore Murray Holdings LLC, registrada em Nevada (EUA).
“Levantou suspeitas pela evidente disparidade de um imóvel de tais padrões frente à pessoa que se apresentou perante as autoridades fazendárias brasileiras como representante da dita offshore, qual seja, Eliana Pinheiro de Freitas, pessoa de condições simples, porém, representante de offshore que adquiriu uma série de imóveis desde 2009”, informa a PF.
Eliana e Nelci Warken – também alvo da Triplo X – seriam “laranjas” de um proprietário que a força-tarefa da Lava Jato diz ainda não saber quem é.
“Os indícios demonstraram o claro vínculo entre Eliana Pinheiro de Freitas e Nelci Warken, ambas com alguma atuação passada junto à Bancoop, provável local de sua aproximação, restando clara a condição de ‘laranja’ de Nelci que Eliana veio a ocupar “

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