quinta-feira, 23 de junho de 2016

Janaina causa polêmica ao comentar prisão de Bernardo


A jurista Janaina Conceição Paschoal, que representa a acusação contra a presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, causou polêmica nesta quinta-feira durante os debates da comissão no Senado ao tratar, de forma paralela, da operação da Polícia Federal que levou à prisão o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), integrante do colegiado. Ela questionou a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck se o sistema que trata dos decretos tinha sido realizado pela empresa Consist, apontada na investigação como envolvida no esquema que levou à prisão do ministro.
“Hoje houve várias prisões envolvendo a empresa que cuidava do sistema do Ministério do Planejamento, inclusive o ministro do Planejamento na época, em 2009, foi preso. A empresa que cuida desse sistema, por acaso é a Consist? Sem juízo de valor, mas é porque ela está envolvida nesse escândalo de hoje”, afirmou Janaina.
A menção rompeu um "acordo tácito" dos senadores de ignorar o tema. A senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) irritou-se. Ela reclamou que a advogada fazia discurso político na comissão.
“Acho que essa senhora não está aqui para fazer discurso político, está para defender denúncia que ela fez. Repilo esse discurso político que ela vem fazendo”, reclamou Vanessa.
O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), defendeu Janaina. Afirmou que o advogado de defesa, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, também fez, em alguns momentos, discurso político.
Esther respondeu à pergunta de Janaina afirmando que o sistema não é feito pela Consist, mas pela própria Secretaria de Orçamento Federal.
Janaina afirmou também que a defesa recorreu ao discurso político ao falar em golpe e ter requerido áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado nos quais integrantes da cúpula do PMDB falam sobre parar a Lava-Jato. Ela destacou que esses áudios levaram ao pedido de prisão de Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney.
“Quando é pedido de prisão de determinado partido é jurídico, quando é prisão de um cabeção do PT, aí é político? Não consigo entender”, afirmou a jurista.
O advogado José Eduardo Cardozo disse que não fala de política, mas de dados do processo. A sessão foi encerrada com o fim do depoimento de Esther.

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