sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sem a ternura de Eduardo

Magno Mareins 
Eduardo e Marina tiveram muitas dificuldades na relação, mas nunca deixaram vir a público. Substituto natural do ex-governador pernambucano na presidência nacional do PSB, o ex-ministro Roberto Amaral não esconde de ninguém suas indiferenças com Marina.
Afastado ontem do comitê-financeiro da campanha, o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, teve que engolir sapos e marimbondos de fogo para conviver com a ex-senadora e o seu grupo político da Rede, futuro partido dela.
Sabendo das dificuldades que enfrentaria, o ex-vice-prefeito do Recife, Milton Coelho, renunciou também à função de coordenador de mobilização e articulação. Com fama de encrenqueira, Marina acabará sem ninguém do núcleo socialista pernambucano na sua campanha.
Com a saída de Siqueira, um arraesista histórico, fiel escudeiro de Eduardo, a agora candidata do PSB ao Planalto gerou uma crise sem precedentes em sua campanha. Como não tem jogo de cintura nem paciência para aturar quem não integra seu núcleo duro, Marina é uma bomba ambulante, que pode explodir a qualquer momento.
As circunstâncias provocadas pela tragédia que tirou a vida de Eduardo empurraram Marina na corrida presidencial. Ela tem amplas chances de vitória, conforme as pesquisas já atestam, mas também, proporcionalmente, chances de transformar sua campanha num barril de pólvora.
Devido à sua instabilidade emocional, sua forma de tratar as pessoas, de enxergar o mundo, além do seu fundamentalismo religioso. O que poderia, então, ser uma trajetória fácil, um voo curto ao poder, se avizinha com um aroma ruim e sinais de incerteza.
Uma pena que Marina nessa convivência tão próxima com Eduardo não tenha aprendido a ser dócil, humilde, fina no trato, e mais do que isso, a arte da sedução. O ex-governador poderia ter todos os defeitos, como todo político, mas sabia seduzir e conjugar o verbo ampliar.

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