domingo, 22 de novembro de 2009

Por que João Paulo deixou o governo

Desautorizado pelo secretário da Casa Civil, Ricardo Leitão, na demissão de duas funcionárias do Promata, o ex-prefeito João Paulo (PT) não tinha outra saída a não ser pedir exoneração da Secretaria de Articulação Regional. Leitão ainda tentou contemporizar e teria dito a João Paulo que estava brigando "por muito pouco", ao que o ex-prefeito retrucou "pouco, dependendo de quem faz a análise".
E, para não ficar desmoralizado numa secretaria que ele, supostamente, comandava, entregou a carta de demissão, e ficou esperando uma conversa com o governador Eduardo Campos (PSB). Isso, na quarta-feira passada, antes da demissão de Alexandre Catão, da presidência do Porto do Recife, indicação feita por João Paulo, em 2007, que a rigor não representava peso político para o ex-prefeito dentro do governo.
Só ontem, no início da noite, depois que a saída de João Paulo já era do domínio público é que Eduardo falou, por telefone, com o ex-prefeito, encerrando um capítulo do relacionamento que nunca deveria ter existido. Atéhoje, ninguém entendeu por que o ex-prefeito, a maior liderança do PT no estado, com grande densidade eleitoral na RMR e dono de três vitórias consecutivas na prefeitura, aceitou integrar a equipe de Eduardo, deixando sua liderança política e eleitoral de lado para ser um subordinado do governador.
E essa subordinação, por maior que fosse a necessidade eleitoral de João Paulo, não poderia dar certo. E o resultado está aí. Nos acertos com João Paulo para comandar a Secretaria de Articulação Regional, teria ficado acordado que ele poderia fazer tudo, menos mexer com o pessoal do deputado Gonzaga Patriota (PSB), o que foi cumprido. Acontece que governo tem muitos donos, sobretudo quando o número de partidos que integram a base aliada é grande demais, e quando o coordenador do Promata, João Arnaldo, demitiu duas funcionárias, que não são afilhadas de Patriota, com a anuência de João Paulo, o mundo caiu.
Antes do pedido de exoneração, João Paulo e Ricardo Leitão conversaram sobre a questão, ficando decidido que asduas funcionárias entrariam de férias, para que pudessem tomar outro rumo, antes de serem postas na rua. Aí, na quarta-feira passada, o ex-prefeito recebeu um envelope lacrado da Secretaria da Casa Civil com as advertências no verso "urgente" e "confidencial". Na mensagem, Leitão informava que "por ordens superiores", as duas funcionárias deveriam permanecer no Promata.
Na discussão que se seguiu, Leitão ainda teria argumentado que João Paulo queria afrontar a autoridade do governador. Como não queria, nem podia partir para esse confronto, o ex-prefeito saiu do governo. Agora, se governo tem muitos donos, tudo o que acontece em todos os governos, necessariamente, é do conhecimento dos governadores. DP,21/11/09

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