Em discurso nesta terça-feira (17) no Plenário, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) defendeu a representação apresentada por líderes do DEM, PSDB, PPS e PSOL para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, investigue suposto enriquecimento ilícito do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
A representação tem como base matéria do jornal Folha de S. Paulo, publicada no último domingo (15), que relata que o patrimônio de Palocci cresceu 20 vezes no período de quatro anos. De acordo com a reportagem, de 2006 a 2010, o patrimônio de Palocci passou de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões.
Em 2010, Palocci comprou um apartamento no valor de R$ 6,6 milhões e, um ano antes, um escritório de R$ 882 mil. Ambos os imóveis ficam na região da avenida Paulista, área nobre de São Paulo, e foram adquiridos por meio de uma empresa da qual o ministro é sócio principal, com 99,9% do capital.
O senador goiano lembrou o livro autobiográfico Sobre Formigas e Cigarras, lançado em 2007, em que Palocci se descreve como um homem de poucos bens e manifesta descontentamento com boatos sobre seu patrimônio. Demóstenes Torres cobrou transparência com a opinião pública e disse que "causa estranheza" a recusa do ministro Palocci em apontar seus clientes, seus negócios e o faturamento de sua empresa.
O senador disse que, segundo a reportagem, nem a única pessoa que atende telefone no escritório da empresa do ministro sabe dizer qual seu ramo de atividade.
- O ministro tem direito de ganhar dinheiro, mas é justo que o Senado saiba como o ministro aumentou seu patrimônio - afirmou Demóstenes.
Apartes
Os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), José Agripino (DEM-RN), Marinor Brito (PSOL-PA), Alvaro Dias (PSDB-PR) e Jayme Campos (DEM-MT) manifestaram apoio ao pronunciamento de Demóstenes Torres. O senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou que, em um ambiente republicano, as autoridades públicas devem prestar contas de seus atos.
Agência Senado
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