quarta-feira, 30 de abril de 2014

PF acredita que Yousseff influenciava ex-ministro Alexandre Padilha

A Polícia Federal aponta “influência política” do doleiro Alberto Youssef – alvo maior da Operação Lava Jato – sobre o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT. A suspeita decorre de diálogo interceptado pela PF, entre Primo, como Youssef é conhecido, e a doleira Nelma Mitsue Penasso Kodama, no dia 5 de março, através de um aplicativo de mensagem instantânea. A informação é de reportagem de Fausto Macedo e Fernando Gallo, no jornal O Estado de S. Paulo.
Ela questiona Youssef se ele “tem acesso atualmente” ao delegado-geral da Polícia Civil paulista e cita o nome Maurício Blazeck, que ocupa o cargo desde novembro de 2012. Nelma diz que “queria um cargo para um amigo” dela no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). “Se o Padilha ganhar o governo ajudo ele e muito”, respondeu o doleiro.
Para a PF, o diálogo grampeado “indica possivelmente que (Youssef) tem influência política junto ao candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha”. “Tá bom. Eu quero então acesso ao delegado geral de sp prá um cargo”, finalizou Nelma. Em outro momento, ela solicita a Youssef que entre em contato através do skype e indica o contato: “joaquina_apazza”. A PF conclui que os dois “possivelmente passaram a conversar através deste dispositivo”.
Labogen. Padilha não é investigado pela Lava Jato, mas o nome dele é citado em outros documentos da PF. No relatório principal, que resultou na ordem de prisão de Youssef e seu grupo, os investigadores revelam o empenho do doleiro para emplacar o laboratório Labogen Química Fina em negócio milionário da Saúde, na gestão do petista. A PF juntou aos autos cópia do projeto de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do ministério e anexou uma fotografia do ex-ministro em um evento.
Em um relatório, a PF transcreve diálogos entre o doleiro e o deputado André Vargas, que se desfiliou do PT na sexta feira. Numa conversa com Youssef, o parlamentar diz que foi Padilha quem indicou um ex-assessor na Saúde para ocupar cargo no Labogen.
A nova citação a Padilha consta de relatório complementar de monitoramento telemático número 8/14. O trecho em que Nelma indaga Youssef se ele tem acesso ao delegado a PF intitulou “influência governo São Paulo”. O grampo alcançou 512 mensagens entre Youssef, que se identifica por ‘Jaiminho’, e Nelma no período de 28 de fevereiro a 14 de março, no âmbito da Operação Dolce Vita, desdobramento da Lava Jato – foram quatro investigações simultâneas, cada uma relacionada a um grupo de doleiros.

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