Em
sua estreia como comentarista do Jornal da Cultura, em São Paulo,
ontem, o presidente do ITV de Pernambuco, Joaquim Francisco, analisou
vários temas da política nacional e, dentre eles, considerou que não se
sustenta mais o discurso do PT de insistir na candidatura presidencial
de Luiz Inácio Lula da Silva como "alternativa ao Brasil".
"Eles já ficaram 14 anos no poder. Oito com Lula e seis com Dilma,
interrompidos pelo impeachment. Então acabem com esse discurso de que
são alternativa para o país. O PT não é mais alternativa para o Brasil.
Já deu", disse.
Para o ex-governador, chegará um momento no processo eleitoral deste
ano, que a população irá pensar e tomar ciência de que não deve eleger
um "risco". Nesse contexto, acredita que o nome do pré-candidato do
PSDB, Geraldo Alckmin, "ganhará força pelo estilo do tucano e,
sobretudo, pelo seu passado".
"A candidatura de Geraldo Alckmin pode ganhar força. O Geraldo é um
cara equilibrado, sensato. O jogo ainda não está jogado. Haverá um
determinado momento em que a população vai pensar: 'nós vamos eleger um
novo presidente da República e não vamos eleger um risco'. As abstenções
têm ficado na média tradicional de 30%. Então a forma de Geraldo ser e,
sobretudo seu passado, as realizações que ele fez num campo de
dificuldades, sem fugir da responsabilidade, será pesado no momento
próprio".
O presidente do ITV-PE reconheceu que o Brasil vive um momento de
muita intolerância na política. "O momento é de confluência de muitos
traumas. Tivemos um período de forte distância entre o dito e o feito. O
país está numa fase de muitas dificuldades. Houve o impeachment da
presidente Dilma, o problema da governabilidade do presidente Temer,
esse conjunto de fatores está levando a um açodamento muito grande, o
que não é positivo", avaliou.
O tucano entende, porém, que desde o mensalão à operação Lava Jato, o
país tem assistido a um processo "que é transmitido de forma
extremamente transparente", por isso o apoio majoritário da população,
principalmente à Lava Jato. "Tudo isso tem contado com a adesão da
população porque tem sido às claras e a lei sendo cumprida. Então é
aguardar que esse processo transparente, feito à luz do sol, tenha suas
conclusões e os que estiverem envolvidos que respondam à Justiça".
Sobre uma possível candidatura do ex-ministro do Supremo Joaquim
Barbosa, pelo PSB, o ex-governador Joaquim Francisco disse não entender
"um candidato a presidente da República desmotivado, receoso, sem
identificar o que ele mesmo quer", disse, referindo-se às dúvidas do
ex-ministro em relação ao projeto presidencial.
"Se ele não sabe o que quer, como é que o eleitor vai identificar?
Esse processo todo gera muito dúvidas, das quais a pior de todas é a do
próprio candidato, e isso leva a inseguranças. Uma campanha política é
uma algo muito trabalhoso, difícil, cada dia que passa o povo está mais
lúcido, mais exigente. Então sua excelência o candidato tem de querer e
dizer logo".
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