quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Reforma política é motivo de forte debate no Plenário do Senado

Agência Senado

 No encerramento do primeiro turno de discussão de três das mais importantes propostas da reforma política, falaram os senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Pedro Simon (PMDB-RS), Francisco Dornelles (PP-RJ), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Aníbal Diniz (PT-AC), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Pedro Taques (PDT-MT) e Wellington Dias (PT-PI).
O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que, infelizmente, as coligações partidárias - referência à última proposta da reforma política aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) - "não têm dado bons exemplos de princípios republicanos no Brasil".
Numa crítica à legislação em vigor, Taques observou que o número de partidos no país até ontem totalizava 29. Mas ontem mesmo - lembrou ele - o Tribunal Superior Eleitoral aprovou o registro do Partido Pátria Livre, a trigésima agremiação partidária do país. Para Taques, "aqui no Brasil, se cria partido como se faz pão".
No mesmo debate, Francisco Dornelles falou da importância de o Senado dar uma resposta sobre a reforma política à sociedade.
- A CCJ, sob a presidência do senador Eunício Oliveira [PMDB-CE], terminou hoje a votação de todos os projetos examinados pela comissão da reforma política. Atuou com muita competência, com muita firmeza, de modo que o trabalho feito pela comissão de reforma política foi convalidado pela CCJ. E vou fazer um apelo ao presidente José Sarney para, no momento que ele achar conveniente, convocar algumas sessões extraordinárias dedicadas exclusivamente ao exame e à votação da reforma política. O Senado pelo menos tem que dar uma satisfação à sociedade de que votou a reforma política - disse.
Vanessa Grazziotin afirmou que o Senado deveria aproveitar essa oportunidade para fazer uma reforma realmente profunda, que mudasse o sistema eleitoral e a tradicional prática brasileira de o eleitor votar no candidato e não nas ideias defendidas pelo partido.
Grazziotin disse ainda que seu partido vê com muita preocupação a proibição das coligações partidárias nas eleições proporcionais. Para ela, caso a emenda se efetive de forma isolada, "este seria um golpe profundo na democracia".
Pedro Simon defendeu o voto distrital e disse, ironicamente, que seria muito bom que toda reforma política se executasse com a tranquilidade com que serão votadas as emendas concernentes à redução dos suplentes e à mudança da data da posse dos chefes do Executivo.
Vindo diretamente da CCJ para o Plenário, o senador Eunício Oliveira informou que, por maioria dos votos, a comissão que ele preside acabara de votar a proposta que proíbe as coligações partidárias em eleições proporcionais.
Eduardo Suplicy disse esperar que, com essa reforma, o Brasil avance no aperfeiçoamento do sistema político e eleitoral brasileiro. Ele considerou positiva a redução de suplentes, condenando a escolha de cônjuges, parentes e outros afins para este cargo.
Lembrando que a reeleição foi adotada no governo de Fernando Henrique Cardoso, Anibal Diniz expressou seu receio com o excesso de mudanças nessa área.
- Sou a favor de que se mantenha o instituto da reeleição para que tenhamos maior estabilidade institucional no nosso Brasil, para que cada presidente ou presidenta eleita no Brasil saiba que tem quatro anos para exercer o seu mandato e tem a responsabilidade de fazer um mandato que conquiste os eleitores para pleitear um segundo mandato.
Observando que existem virtudes e defeitos no instituto das coligações, Antonio Carlos Valadares disse que um defeito é que os partidos podem fazer coligações para eleger apenas um nome, situação em que "esse representante de um determinado partido vai bungar [mergulhar] num partido maior para eleger-se".
A esse respeito, Wellington Dias afirmou que o Partido dos Trabalhadores se solidariza com as preocupações de Valadares, que são as mesmas de vários partidos com representação no Congresso.
- Se aprovarmos o fim das coligações, a minha posição - e não tem ninguém que defenda mais reforma que eu - é a de que não pode valer para 2012. Não tem cabimento alterar isso às vésperas de uma eleição - afirmou Wellington Dias.

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