domingo, 14 de junho de 2009

Na solidão do poder, Sarney vive seu outono do patriarca

Presidente do Senado mostra desgaste, em meio a sucessão de escândalos
Com passos curtos e seguros, vestindo um sobretudo de lã preta, José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, 79 anos, entrou na noite de segunda-feira na residência oficial do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Na área externa da casa, em volta do presidente Lula, grupos de políticos e jornalistas conversavam animadamente e esperavam o jantar em homenagem aos participantes da 4ª Conferência Legislativa de Liberdade de Imprensa. Feitos os cumprimentos protocolares, um José silencioso, que não denunciava a biografia com mais de meio século de poder político, fugiu do burburinho e ficou parado no primeiro dos três degraus que separam o salão da casa do jardim virado para o Lago Paranoá.
Apartado da descontração em torno de Lula e recolhido do frio das noites candangas de junho, o ex-presidente da República, ex-governador de Estado, presidente do Congresso, ex-deputado federal e senador José Sarney ouviu de um jornalista a pergunta: "Presidente, o Senado já está mais ameno?" E Sarney, expondo os indícios do fardo em que se transformou o cargo, respondeu: "Meu filho, aquilo não ameniza nunca."
Era o início da semana em que, depois de todos os escândalos - da hora extra sem limites à profusão de diretores -, a reportagem do Estado revelaria o caso dos atos secretos que fizeram da direção-geral do Senado um guichê de distribuição de empregos e salários entre amigos, na última década e meia. O GLOBO

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