quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um novo escândalo no Senado

Nesse lodaçal [do Senado], o novo escândalo é o pronunciamento de Sarney. Com uma desfaçatez chocante até para quem já se habituou a esperar tudo dos políticos que representam o que a atividade tem de mais condenável, ele quer que se acredite que não tinha o menor conhecimento, que dirá conivência, dos abusos que se cometeram sistematicamente nos últimos 15 anos na Casa, onde ninguém o supera em influência.
"Eu não vim para administrar, para saber, da despensa do Senado, o que havia lá", disse, lavando as mãos. Ele quer que se acredite também que tomou por iniciativa própria - e não relutantemente, sob pressão da opinião pública - as medidas reparadoras de que se vangloria na atual gestão. E ele quer que se acredite, ao fim e ao cabo, que a sua biografia - na versão hagiológica do seu discurso - o torna inimputável: quem foi o que ele diz ter sido jamais poderia ter algo que ver com os fatos que enxovalham o Senado; por isso qualquer crítica que se lhe faça é uma ofensa, um ato de lesa-majestade.
Sarney só teve razão quando disse, com endereço certo, que "todos nós somos responsáveis". A prova está nas acoelhadas reações dos seus pares à farsa que encenou. "Não se pode medir a justeza de uma vida pública em um detalhe ou outro", agachou-se, por exemplo, o líder do DEM, José Agripino Maia. Até os senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, tidos como defensores intransigentes da moral e dos bons costumes políticos, estão assistindo a essa vergonheira em obsequioso silêncio. O Senado está à altura de seu presidente. Estado de S. Paulo

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