
O maior empecilho no caminho do PSB é o fato de estarem avançadas as articulações dos partidos aliados com o PT, restando pouco espaço de manobra para discutir apoio a Ciro. De acordo com o senador Renato Casagrande (PSB-ES), PCdoB e PDT já foram procurados pelo partido. “Mas já estão em negociação avançada com o PT”, admite. O PP e o PTB também foram procurados. “Mas não tivemos resposta ainda. A conversa ainda está no início”, relatou, em entrevista à Agência Estado.
O que também pesa contra Ciro na hora de costurar alianças com outros partidos é a indefinição na relação do PSB com o PT. Esses dois partidos ainda não chegaram a uma conclusão se uma eventual candidatura de Ciro à Presidência ajuda ou atrapalha o desempenho da pré-candidata petista Dilma Rousseff. Os outros partidos temem avançar na costura de alianças com um pré-candidato que pode não se confirmar candidato.
O presidente Lula pressiona Ciro a deixar a corrida pela Presidência porque, segundo avaliação do PT, uma candidatura única da base aliada fortaleceria Dilma e abriria espaço para um debate polarizado com o PSDB e o pré-candidato tucano, o governador de São Paulo, José Serra. Em entrevista publicada ontem no jornal “O Estado de S.Paulo”, o próprio Ciro Gomes afirmou, porém, que o presidente comete “grave erro” quando avalia que sua desistência beneficiaria Dilma.
A tese é compartilhada pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Segundo ele, os eleitores do presidente Lula já devem ter assimilado o fato de que a escolhida para sucedê-lo é Dilma, e não Ciro. “Os votos do Ciro já foram para Dilma. Os que ele ainda tem vão para o Serra”, afirma o tucano. FP,04/02/10
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