sábado, 10 de abril de 2010

Serra assume candidatura e promete Governo "sem demagogia"


Agência EFE
Brasília - José Serra foi proclamado neste sábado candidato à Presidência da República pelo PSDB e marcou suas diferenças com uma retórica veemente contra o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva e da porta-bandeira governista, Dilma Rousseff, candidata pelo PT.

Economista, ex-governador de São Paulo, ex-prefeito da capital paulista, ex-deputado e ex-senador, Serra assumiu a candidatura para as eleições de 3 de outubro pela coalizão formada pelos partidos PSDB, PPS e DEM, em um ato realizado em Brasília perante cerca de 2,5 mil pessoas.

Em seu discurso, Serra prometeu que, caso vença as eleições, governará "sem demagogia, propaganda nem bravatas", "sem dividir os brasileiros entre pobres e ricos", mas sim com "honestidade, verdade, caráter, honra, coragem, coerência, brio profissional e perseverança", valores que considerou essenciais.

Aos 68 anos, Serra está à frente de todas as pesquisas de intenções de voto, com vantagens entre cinco e nove pontos percentuais sobre a candidata petista Dilma Rousseff, que conta com o apoio pessoal de Lula, cuja popularidade se situa acima de 75%.

Apesar de reconhecer que o Brasil melhorou durante os sete anos que Lula está no poder, Serra afirmou que esses avanços foram resultado de um processo que começou em 1985, após 21 anos de ditadura militar.

O candidtado do PSDB também afirmou que a atual estabilidade econômica do Brasil é produto da gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), em cujo Governo ele foi ministro do Planejamento e da Saúde, e "não de um só homem, de um só mandato ou de um só partido".

Na opinião de Serra, os tratados de livre-comércio são ferramentas ideais para melhorar a situação das empresas brasileiras. Ele também assegurou que "nos últimos anos, enquanto no mundo se assinavam mais de 100 acordos (de livre-comércio), o Brasil assinou apenas um: o do Mercosul com Israel, que ainda não está em vigor", apontou.

O presidenciável ressaltou que não compartilha a tese do "Estado mínimo" e por isso defende uma maior participação do Governo nacional em áreas que no Brasil têm suas competências em boa parte reservadas às autoridades regionais ou municipais, como o combate às drogas e a delinquência em geral, a saúde e a educação.

Ele também protestou de forma velada contra os escândalos de corrupção registrados no Brasil durante o Governo Lula e disse que uma das tarefas primordiais do próximo Governo será "acabar com a sensação de impunidade" dos políticos desonestos.

Em seu discurso, o candidato também lembrou sua origem humilde e os 14 anos que passou no exílio, oito deles no Chile, por sua luta contra a ditadura militar quando era presidente da União Nacional dos Estudantes. Além disso, ele buscou marcar distância com alguns aspectos da política externa de Lula, que Dilma promete manter.

"Sou sobrevivente do golpe de Estado no Brasil (1964), do golpe no Chile (1973) e do Estádio Nacional de Santiago (onde presos políticos do Chile eram mortos e torturados)", experiências nas quais assegurou ter aprendido que "os direitos humanos não podem ser negociados".

"Não cultivemos ilusões. Em uma democracia as pessoas não são presas ou condenadas à forca por pensar diferente de um Governo nem há operários que morrem em greves de fome por não estarem de acordo com o regime", declarou Serra em clara alusão ao apoio de Lula a Governos como os do Irã e de Cuba.

O discurso de Serra foi antecedido por palavras do presidente do PSDB, Sérgio Guerra, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, além de outros líderes dos três partidos da coalizão.

Sérgio Guerra foi o mais incisivo e se referiu sem rodeios à absoluta falta de experiência de Dilma em disputas eleitorais.

Sem citar a candidata governista, que nunca se candidatou a um cargo eleitoral, o presidente do PSDB disse que o Brasil fará a escolha entre "a experiência" de Serra e seus quase 50 anos de vida pública e "a aventura que representa quem nunca foi líder de nada".

"Serra não é uma improvisação", assegurou Guerra. Para ele, "o Brasil não pode seguir o caminho do desconhecido e de um passado de insensatez", em aparente alusão ao ativismo de Dilma nas guerrilhas que pegaram em armas contra o regime militar que governou entre 1964 e 1985.

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