domingo, 20 de junho de 2010

“Se Lyra ficar, para nós é bom”

GILBERTO PRAZERES
Entrevista - Tony Gel (Vereador de Caruaru)


Tido como uma das principais forças políticas do Agreste e especulado como o nome que coordenará a campanha do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) na região, o postulante a deputado estadual e vereador de Caruaru Tony Gel (DEM) promete trabalhar muito para o sucesso do aliado. Nesta entrevista, o democrata afirma que, apesar de o governador Eduardo Campos (PSB) contar com a estrutura do Estado a seu favor, o peso da história de seu adversário deverá equilibrar a corrida pelo comando do Palácio do Campo das Princesas. “Terá Jarbas como adversário, com o nome que tem, governador duas vezes, com toda a sua história...”, lembrou Gel, que fez questão de provocar com relação à possibilidade de seu rival político João Lyra Neto ser rifado da chapa majoritária governista. “Se ele (Eduardo Campos) mantiver o atual vice, para nós é bom. Porque a gente vai ganhar em Caruaru e na região”, alfinetou.


O senhor é apontado, nos bastidores, como o possível coordenador no Agreste da campanha do senador Jarbas Vasconcelos ao Governo do Estado. Como encara essa possibilidade?

Na verdade não foi me passada essa coordenação. Não há nada oficializado para a coordenação, mas nós obviamente temos a obrigação de fazer de tudo aqui. O que for possível para ganharmos a eleição em Caruaru e na região. Esse será o nosso trabalho. É um compromisso nosso, de nos esforçarmos para que isso aconteça. Uma bela vitória.


E como fazer para garimpar votos também fora de Caruaru para a chapa majoritária?

Como se sabe, eu sempre fui muito bem relacionado com todo mundo aqui no Agreste. Algumas cidades onde eu também sempre pude ser bem votado, e esses contatos estão sendo mantidos. Nós temos bases aqui, umas mais outras menos, em todas as cidades. E contatos também com os companheiros (prefeitos, vereadores e lideranças). Esse encontro, por exemplo (realizado ontem, em Caruaru, para homenagear a candidatura de Jarbas ao Governo do Estado), também foi para estreitar ainda mais esses contatos.


Após o ingresso da deputada Miriam Lacerda na chapa majoritária, o senhor mudou os seus planos e disputará uma vaga de deputado estadual, em vez de federal. Esse novo projeto político também visa reforçar a disputa majoritária no Agreste?

A nossa mudança de projeto deu-se justamente por isso. Como candidato a deputado federal, eu teria que rodar mais o Estado. Eu já estava, inclusive, buscando uma base no Sertão do Pajeú e também viajado por outras áreas. E, com o convite para Miriam formar a chapa majoritária na condição de vice, eu entendi que é melhor ficar mais aqui no Agreste, nas cidades circunvizinhas de Caruaru para concentrar o esforço mais aqui. Por isso, a candidatura a deputado estadual. Em tese, eu não teria a necessidade de ir para cidades mais distantes. Formar bases mais distantes. Dá para fazer a campanha de deputado estadual me concentrando mais aqui no Agreste.


No campo governista em Caruaru, três nomes são apontados como pré-candidatos à Assembleia. A divisão de forças e bases dos seus adversários pode fortalecer a sua candidatura?

Essa questão do número de candidatos estadual deles é uma questão deles. Essa é uma questão que os nossos adversários vão ter que resolver, que vão ter que definir. Se vierem com um candidato, a gente enfrenta. Se vierem com dois, três, quatro a gente enfrenta do mesmo jeito. Já se fala num quarto nome, quatro candidato. Parece que o presidente da Câmara também é candidato pelo PT. Então, seriam quatro candidatos do lado deles. Para mim, é indiferente. Nós vamos nos concentrar no nosso trabalho. Vamos para a luta de qualquer jeito e vamos para ter o maior número de votos possível para a chapa liderada por Jarbas Vasconcelos.


Na última semana, a Folha mostrou a possibilidade de o vice-governador João Lyra Neto (PDT) ser rifado da chapa majoritária governista. Essa possibilidade é comentada em Caruaru?

Eu li essa matéria na Folha, mas já havia rumores, em Caruaru, de que ainda não estava definido, e que o governador Eduardo Campos talvez não repetiria o vice da chapa. Mas também é uma questão que cabe ao governador decidir. Nós já temos nossas dificuldades (risos) do lado de cá e não queremos mergulhar nas dificuldades adversárias também não. É uma questão deles!


Esse rumor pode ser interpretado como uma preocupação do governador Eduardo Campos com a força de Jarbas e que, por isso, buscaria alguém que pudesse agregar mais a sua campanha à reeleição?

É possível, mas a gente não pode adivinhar. Não se sabe o que passa na cabeça do governador Eduardo Campos. Mas é possível sim. Ele, estrategicamente, deixou para definir a chapa bem próximo da convenção, do prazo final, é porque ele tem algumas ideias para definir. Então, a gente aguarda os acontecimentos. Tomara que a definição dele seja a melhor para nós (risos).


E o que seria o melhor para vocês?

O melhor para nós é que ele monte uma chapa que seja mais fácil para a gente ganhar as eleições. Se o atual vice ficar, para nós é bom, porque a gente vai ganhar em Caruaru e na região tendo o atual vice. E, se ele mudar e for uma coisa “interessante”, vai ser bom também. Esse é o meu pensamento. Estou falando por mim. Se ele mantiver o atual vice, para a gente é muito bom. O trabalho que ele fez na (Secretaria da) Saúde e as coisas que têm acontecido ajuda muito.


Na Assembleia, Miriam bateu muito na Saúde...

Exatamente. Temos tudo isso na memória. Se ele mantiver o atual vice, acho que é bom para a gente.


O senhor faz oposição ao prefeito José Queiroz, na Câmara de Caruaru. Quais são os principais problemas da atual administração?

São tantos... A começar pela Saúde. Nós montamos uma estrutura de atendimento ao povo carente de Caruaru e essa estrutura está sendo toda desmontada. Caruaru hoje é recorde nos casos de dengue. Falta remédio, médico... Tem unidade de saúde em Caruaru que há um ano não tem médico para você ter ideia. Então, são muitos os problemas. Mas aí, nós temos que esperar o momento certo, porque o povo fará o julgamento.


Falou-se muito que o senhor poderia dobrar com o senador Sérgio Guerra (PSDB), que disputará a Câmara Federal. Entretanto, nos últimos dias, o seu partido teria o convocado para “colaborar” com correligionários. O que o senhor decidiu?

Há dois anos, eu tive uma conversa com o senador Sérgio Guerra. Ele colaborou com a campanha em Caruaru. E, nessa conversa de dois anos atrás, de que poderíamos trocar uma ideia em relação a essa eleição agora se ele fosse candidato a deputado federal. Entretanto, o meu partido colocou a dificuldade de alguns companheiros do partido nesta eleição. Uma delas é a candidatura do companheiro (deputado estadual que buscará uma vaga na Câmara Federal) Augusto Coutinho, que precisa de reforço nessa eleição. Como também o companheiro deputado federal André de Paula, que precisa ser ajudado em algumas cidades aqui da região. Eu frisei ao companheiro Augusto Coutinho, como também ao presidente Mendonça Filho, que seria necessário conversar com o senador Sérgio Guerra porque tinha uma gratidão com ele com relação a uma contribuição valorosíssima na campanha de prefeito aqui em Caruaru. Seria importante conversar. E, como Augusto Coutinho disse que o senador Sérgio Guerra tinha prometido ajudá-lo na campanha dele, disse deixe que falo com Sérgio e resolvo essa questão aí em Caruaru e tal... E, para mim, está resolvido. Isso foi conversado entre Augusto e Sérgio Guerra e, se faltar algum detalhe, ele vai ser resolvido pelos dois. Então, definimos por apoiar Augusto Coutinho, em Caruaru, e André de Paula na região.


Com a indefinição do nome que ocupará a vaga em aberto na chapa majoritária encabeçada pelo senador Jarbas Vasconcelos, o nome do deputado federal Roberto Magalhães voltou a ganhar força. Não seriam muitos democratas, uma vez que o senador Marco Maciel e a própria Miriam já formam o grupo?

Eu não diria muito, porque temos grandes quadros. Além de Roberto Magalhães, temos o ex-ministro Gustavo Krause. Para você ver como temos nomes. O Gustavo Krause aí é um grande nome. Aliás, ele é primeiro suplente do senador Marco Maciel. Fora outros nomes como o próprio Mendonça Filho. Se bem que ele já definiu-se como candidato a deputado federal. Mas, agora, seria bom que fosse um companheiro do PSDB para que a chapa fique melhor distribuída. Então, espero que até lá no dia da convenção tenhamos esse nome decidido para partimos unidos e consolidados para uma vitória.


No seu entender, o que falta para o PSDB indicar um nome e assim compor a chapa majoritária da oposição?

Eu acho que é uma conversa. Até já deve ter tido algumas conversas, mas uma definitiva entre Jarbas Vasconcelos e Sérgio Guerra para que o martelo seja batido. Acredito que, nessa semana agora, isso seja resolvido.


O ex-governador Jarbas Vasconcelos afirma que pretende convocar um nome ousado, que fala bem em público e que possivelmente vá para o front para ocupar sua chapa na condição de segundo senador. O que tornaria a chapa mais plural, já que Miriam é tida, nos bastidores, como o fator que trará leveza...

É uma questão de estilos. O senador Jarbas Vasconcelos tem o estilo dele, mas é uma marca registrada em Pernambuco. É a marca da seriedade, a marca da competência, do trabalho... Fez dois grandes governos, foi sempre um grande prefeito. Como senador, também é um nome nacional e respeitado. É a marca dele. Em campanha, ninguém deve ou vai querer mudar as pessoas, transformar as pessoas. Cada um é do seu jeito. Miriam, por sua vez, já tem o estilo dela também. E pelo fato de ser mulher também é uma novidade. Não resta dúvida. Mas ela é uma batalhadora, uma guerreira, lutadora... Está fazendo um grande mandato na Assembleia. Acredito que a chapa, até agora, ficou muito bem distribuída com Jarbas governador e Miriam na vice. Eu sou até suspeito para falar dela, mas isso também é o que eu escuto de todos.


Recentemente, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), disse que a disputa entre o governador Eduardo Campos e o senador Jarbas vai ser apertada. Isso seria um sinal de que os governistas deixaram o discurso de que a eleição seria “tranquila”?

Eu acho que sim. Ninguém de bom senso e que conhece de política e está acostumado a fazer política vai imaginar que essa vai ser uma eleição, apesar dos números das pesquisas de agora, que haveria uma grande vantagem para um lado ou para outro. Será uma eleição muito bem disputada. E mesmo o governador Eduardo Campos contando com toda a estrutura do Estado terá Jarbas como adversário, com o nome que tem, por ter sido governador duas vezes, com toda a sua história. Será uma eleição muito bem disputada. Não tenho dúvida! E, para mim hoje, uma eleição indefinida. É preciso esperar realmente o começo da campanha, o guia eleitoral, etc e tal. Devemos ter um quadro mais claro com relação ao resultado da eleição.


A pré-candidata do PT à Presidência, a ex-ministra Dilma Rousseff, vai ao São João de Caruaru no próximo dia 22. E o seu principal adversário, o postulante tucano José Serra, deve aportar na cidade no dia seguinte. As presenças deles na festa realmente podem render votos?

Eu não sei se isso dá voto, mas a presença deles na cidade para a festa é muito importante. A presença de nomes nacionais e não digo só o Serra, mas a Dilma vindo também, o presidente Lula é bom também para a cidade. Eu defendo que os grandes nomes venham para o São João de Caruaru. E, em ano eleitoral, não tem nenhum problema, porque atraem a grande mídia de todo o Brasil. Acaba divulgando a festa e a cidade. O Serra vindo será muito bom, a Dilma vindo também. Eu vejo como um fato positivo para a cidade e a festa.

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