quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Socos e tumulto marcam votação da manobra fiscal

Galeria do plenário da Câmara é palco de tumulto durante votação dos vetos da presidente Dilma - Givaldo Barbosa / Agência O Globo
 
De O Globo - Maria Lima e Cristiane Jungblut
 
Muito irritado e sem clima para continuar, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou a suspensão da sessão convocada para votar dois vetos presidenciais que trancam a pauta e a proposta que permite ao governo descumprir a meta fiscal de 2014, na noite desta terça-feira, após confusão nas galerias da Câmara. Os trabalhos serão retomados nesta quarta-feira. O tumulto acabou dando uma vitória à oposição, que conseguiu impedir a votação da proposta. O governo fracassou em mais uma tentativa, apesar dos apelos de ontem da presidente Dilma Rousseff para que a proposta fosse votada nesta terça-feira.
O clima ficou tenso nas galerias, após Renam determinar o esvaziamento do local, após manifestantes xingarem parlamentares com palabras de baixo calão. Parlamentares e seguranças do Congresso se envolveram em tumulto e houve enfrentamento na sessão. No enfrentamento com seguranças, o deputado Arnaldo Faria de Sá ( PTB-SP) gritava:
- Me solte que eu sou deputado!
O clima esquentou depois que os manifestantes gritavam: - O PT roubou! Vai para Cuba!

Parlamentares no plenário entenderam que eles estavam dizendo “ vagabunda”, segundo o próprio líderes do PMDB. Uma idosa de 79 anos foi empurrada e contida pelos seguranças. Deputados da oposição foram às galerias tentar evitar que os policias legislativos retirassem alguns manifestantes.
Com o quorum atingido Renan chegou a iniciar a votação dos dois vetos presidenciais que trancam a pauta. Vencida a etapa dos vetos, a intenção era colocar em votação a proposta que muda a meta fiscal de 2014.
Ele anunciou o início da votação diante de gritos de um grupo pequeno, mas barulhento, nas galerias. Às 19h44, o quorum era de 370 deputados e 54 senadores. É necessária a presença de 257 deputados e 41 senadores.
Na galeria, o grupo gritava:
— A Casa é do povo! O PT roubou! — diziam os manifestantes.
Renan já disse que o resultado da votação dos vetos terá que ser apurado. O presidente do Senado e o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), começaram a sessão trocando questões de ordem, mas num clima mais ameno do que na sessão da semana passada, quando houve bate-boca e xingamentos. Questionado por Mendonça Filho, Renan admitiu que, na votação dos 38 vetos presidenciais que trancavam a pauta na semana passada, foi levada em conta a presença de três senadores, mesmo eles não tendo votado.
Houve exatamente o quorum mínimo para validar a votação da semana passada. Na ocasião, Foram apurados 314 dispositivos vetados, apurando-se 325 cédulas na Câmara e 42 no Senado (um a mais do que mínimo).
— O voto em branco não é levando em consideração para efeito de quorum, mas a presença sim de três senadores. E os três senadores, embora presentes, não votaram — disse Renan.
A oposição reclamou que as galerias estavam vazias, e as pessoas barradas na entrada do Congresso. Na verdade, eram manifestantes ligados ao PSDB, ligados a aposentados do Fundo Aerus.
— Que as galerias sejam ocupadas. Trata-se de uma votação de muita repercussão nacional. Trata-se de uma Casa do povo — disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Patos no Caminho da Mudança!

Ramonilson Alves, Deputado Federal Eflain Filho, Benone Leão e Umberto Joubert.  Por uma Patos Melhor!