quarta-feira, 20 de junho de 2018

Álvaro aponta incoerência na eventual aliança do PT de Humberto com o MDB de Jarbas


Segundo ele, seria a “junção da contradição com a  incoerência”. Adversários em Pernambuco há muitos anos, Humberto e Jarbas são dados como certos na chapa do governador.
Segundo o deputado, as afirmações de Jarbas de que “não vê dificuldades” para pedir votos para Humberto Costa, e de que tem “respeito e admiração” pelo ex-presidente Lula “são de um oportunismo espantoso”.
“Para quem, como eu, acreditou e votou em Jarbas todas as vezes que ele disputou o Governo do Estado, acompanhar os lances dessa arrumação é ver que as conveniências são mais fortes que convicções e opiniões defendidas ao longo de toda uma vida”, afirmou.
Disse também que “na eleição de 2010, quando Eduardo Campos foi reeleito governador, garantimos em Canhotinho a única vitória de Jarbas em todo o Estado. E asseguramos também votação expressiva aos dois senadores da chapa de oposição”, acrescentou.
De acordo ainda com o deputado, após a adesão de Jarbas ao grupo político de Eduardo Campos, “pode-se concluir que a coerência política não tem resistido às contas eleitoreiras”.
“Há que se destacar que Jarbas foi crítico ferrenho, adversário e desafeto de Eduardo Campos. Para quem não se lembra, Jarbas definia o socialista como autor de práticas coronelistas. Dizia até mesmo que o coronelismo de Eduardo não tinha limites e superava o coronelismo do ex-governador Miguel Arraes, a quem também atacou após o rompimento com ele nos anos 90”, frisou.
Por isso, a seu ver, os eleitores veem estarrecidos Jarbas demonstrar “simpatia” por petistas depois de ter se consolidado e sobressaído como oponente e crítico contumaz do PT, da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula.
“Jarbas, está escrito em jornais e blogs, classificou o PT de uma quadrilha comandada por Lula e adjetivou Humberto de recalcado, petulante, cínico, sem integridade, perdedor nato e maior perdedor de Pernambuco. Em entrevistas, Jarbas disse também que o ex-presidente se achava Deus, que agia com soberba, que usava e abusava da popularidade, que demonstrava sua pequenez como presidente. E que, após oito anos de governo, o seu legado como gestor era um zero à esquerda”.
Álvaro Porto lembrou ainda que Jarbas foi partidário do impeachment de Dilma Rousseff e defensor, em discursos inclusive, da prisão de Lula, chegando a dizer em 2015 que seria uma “cena bonita” ver o ex-presidente preso.
Por outro lado, acrescentou, os petistas também formularam uma extensa lista de ataques ao deputado do MDB ao longo de disputas eleitorais. Lembrou que em 2010 Humberto Costa acusou Jarbas de ser “useiro e vezeiro em tentar desmoralizar as pessoas, procurando ganhar eleições por meio da agressão e mentira, só se construindo na política pela destruição dos outros”.
“Em 2012, na campanha municipal no Recife, Humberto, então candidato a prefeito, declarou que a aliança dos socialistas feita com o então senador Jarbas, naquela época, era um escárnio”, lembrou.
Porto ressaltou que no processo de “afundamento do PT” os socialistas passaram a desconhecer até mesmo o que Lula fez por Pernambuco, frisando que o PSB se mobilizou pelo impeachment, orientando seus deputados federais a votar a favor dele.
“Em dezembro de 2017, em Brasília, o próprio Humberto recordou que o PSB foi padrinho da derrubada de Dilma. Em discurso, destacou que, sendo defensor de primeira hora do golpe, o PSB de Pernambuco estava tentando se desvincular de Temer, mesmo tendo indicado um ministro para compor o governo usurpador”, disse.
Ainda em seu discurso, o deputado petebista afirmou que, se não bastassem as “sequelas da deslealdade” do PSB ao PT, a Dilma e a Lula; a “cortante oposição” de Jarbas ao petismo e ao ex-presidente e os “históricos embates” entre Jarbas e os socialistas, “a aliança palaciana tem o fantasma de denúncias de corrupção sobre si.
“Os postulantes ventilados para a majoritária palaciana têm seus nomes citados em denúncias relacionadas à corrupção. As gestões socialistas têm sido alvo de Operações da Polícia Federal que investigam esquemas de desvios de recursos públicos”, disse o deputado, lembrando que o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, “já tiveram nomes citados em delações como beneficiários de esquema de repasse de propinas de empreiteiras a dirigentes do PSB”. E, segundo já se veiculou na imprensa, “três inquéritos da Lava Jato investigam, em sigilo, o governador e o prefeito no Superior Tribunal de Justiça”.
Quanto a Jarbas, ressaltou que o deputado foi investigado por supostamente ter recebido R$ 700 mil da Odebrecht, porém teve o processo arquivado em 2017 por conta da prescrição compulsória que beneficia parlamentares com mais de 70 anos.
Em relação a Humberto, disse que o petista teve o nome citado pelo menos quatro vezes como beneficiário de “esquemas de desvio de recursos em depoimentos de delatores à Lava-Jato”, sendo inclusive investigado em inquérito no STF “por suspeita de ter se recebido dinheiro da Petrobras na campanha para o Senado de 2010”.
Finalizando, disse que se esta aliança vingar, “a frente que vem sendo articulada na base da incongruência terá a sombra das investigações judiciais pairando sobre seus integrantes”.

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