Oposição espera por votos dissidentes

Depois de ter sido rifado da disputa para o Senado pelo governador Eduardo Campos (PSB), o secretário Fernando Bezerra Coelho (PSB) externou suas insatisfações e tornou-se o assunto da semana no meio político. Entre os partidos que compõem o bloco de oposição, o entendimento é um só: Bezerra Coelho vai deixar os votos sertanejos correrem soltos nas eleições deste ano. Na prática, os oposicionistas apostam que ele trabalhará o mínimo possível pela reeleição do governador, e pretendem pegar carona nesse desentendimento.

Confiante na reeleição dos senadores oposicionistas Marco Maciel (DEM) e Sérgio Guerra (PSDB), a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) questionou o poder de articulação de Eduardo Campos. Para a tucana, falta jogo de cintura. “Eduardo já teve problemas com João Paulo (ex-prefeito do Recife-PT) e agora com Fernando. Isso mostra que ele não sabe solucionar os problemas sem encher o armário de esqueletos. Onde está o poder de articulação do governador?”, indagou.

Líder da oposição da Assembleia Legislativa, Augusto Coutinho (DEM) avaliou que o governador deve receber uma fatura alta do correligionário. O deputado aposta que as insatisfações ficarão ainda mais claras. “Porque o governador está mais interessado em cooptar antigos adversários pelo Interior do que contemplar os aliados”, disparou.

Mais cauteloso, o deputado federal Raul Henry (PMDB) prefere apostar no projeto de governo que será apresentado por seu bloco aos pernambucanos. “Acho que os problemas políticos do Governo são visíveis, mas acredito que o que vai definir a campanha é o discurso e a proposta que os candidatos apresentarão”.

Sempre disposto a apontar falhas na gestão estadual, o presidente estadual do PPS, deputado federal Raul Jungmann, garantiu que a oposição saberá se aproveitar do desentendimento. “O Sertão ficará mais fácil para oposição. Petrolina e seu entorno ficarão mais permeáveis para nós porque, na prática, Bezerra Coelho vai é cruzar os braços. A gente sabe que é assim que funciona”, atacou. Por Bruna Serra