terça-feira, 29 de setembro de 2009

Democratas em processo de reestruturação

Reestruturar o partido apesar de perdas significativas, mas não deixar a peteca cair com a entrada de novos filiados. Pelo menos essa é uma das principais missões do presidente estadual do DEM, Mendonça Filho. O ex-governador trabalha em duas frentes hoje: fortalecer a legenda, ajudando na composição de forças para o embate eleitoral contra o governador Eduardo Campos nas próximas eleições e garantir a sua vaga na Câmara Federal. Nesta entrevista exclusiva ao Blog da Folha (o leitor confere parte dela aqui), o democrata volta a criticar a infidelidade partidária e reassume a posição de que o partido é dono dos mandatos. Sobre a perda de dois democratas na Assembleia, Sebastião Rufino e Ciro Coelho, Mendonça lembra que não foi informado oficialmente sobre a saída dos correligionários para outro partido. “Eu concordo com isso (punição aos infiéis), e como parlamentar federal apresentei emenda reforçando a tese da fidelidade”, adverte o democrata.
Durante o encontro do Democratas no Recife, o que se viu foram altas doses de autoestima e palavras de incentivo aos integrantes da sigla. Existe de fato um desânimo geral no partido?
O partido permanece como uma das principais forças de oposição em Pernambuco. Temos aí três deputados estaduais e sete estaduais. Mesmo com a possibilidade de perda de dois membros como está sendo especulado na Assembleia Legislativa (Ciro Coelho e Sebastião Rufino), permanecemos com uma bancada bastante representativa. Na Câmara do Recife elegemos três vereadores. Em relação ao PT, que elegeu o prefeito e tem cinco, mostra que o nosso tamanho no Legislativo Municipal é bastante significativo em termos proporcionais. Tivemos metade dos votos da oposição aqui na capital na última eleição e elegemos o maior número de prefeitos em 2008 dentro dos partidos que compõem os partidos de oposição. Estamos num processo de reestruturação e renovação e tendo como meta principal o processo eleitoral de 2010 e não temos dúvida que vamos sair ainda mais fortalecidos. É meta e vamos alcançar e aumentar a nossa representatividade na Câmara Federal de três para cinco deputados. Na AL vamos manter o número ou crescer se perdermos dois deputados. Precisamos renovar o mandato de Marco Maciel no Senado e compor as forças que estarão juntas na disputa do Governo do Estado e com grande chance de vitória numa aliança (PMDB-DEM e PSDB). Será a reprodução da aliança que vivemos nos idos de 2002 e 1998.
Com a saída dos deputados Ciro Coelho e Sebastião Rufino há chances de o DEM recuperar cadeiras na Assembleia?
Há. Do mesmo jeito que se tem a notícia de uma possível saída deles, temos a entrada de vários nomes novos e candidatos representativos. Qual foi a estratégia partidária?
Localizar micro regionalmente potenciais candidatos que quisessem fortalecer o seu nome e alguns até prontos para disputar um mandato de deputado estadual com reais chances de vitória. Nessa estratégia conjugando figuras tradicionais do nosso partido que permanecerão conosco juntado a caras novas e nomes novos temos plena convicção que é possível alcançar essa meta e subirmos de cinco para sete deputados caso aconteça duas defecções na bancada.
O DEM vai tentar recuperar essas vagas perdidas com a possível debandada de dois membros na AL?
Oficialmente não houve nenhuma manifestação de nenhum parlamentar nesse sentido. Não tenho pessoalmente nada contra Ciro Coelho e Sebastião Rufino. Sabe-se que o Democratas a nível nacional apresentou uma manifestação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) requerendo a adoção do princípio da fidelidade partidária. Eu concordo com isso (punição aos infiéis) e como parlamentar federal apresentei emenda reforçando a tese da fidelidade. Não é um fato que dependa da executiva regional como disse o presidente Rodrigo Maia. E além da eventual manifestação do partido deve-se levar em conta também a existência de suplentes e a atuação do Ministério Público Eleitoral (MPE) que é o fiscal da lei.
O prazo de filiações se encerra no próximo dia 2 de outubro. O partido diz ter cerca de 40 candidatos a deputado estadual. Como anda o quadro atualmente?
Muito bem. Até o prazo final teremos algumas boas novidades, novas filiações e algumas pré-candidaturas a deputado estadual e federal pelo Democratas, o que será muito positivo. (Neste final de semana a legenda recebe três novos filiados: o ex-vereador Moisés Alves, o Éi (Sirinhaém); Mário do Resgate (Barreiros) e o ex-vereador Major Santana (São Lourenço da Mata).
O projeto Democratas nas Ruas busca fazer um raio-x dos problemas existentes nos municípios de Pernambuco. Qual o balanço que o senhor faz dessas caravanas?
Já visitamos até agora cerca de um terço dos municípios pernambucanos. Estivemos presentes em todas as regiões RMR, Mata, Agreste e Sertão. Visa aumentar o número de filiados e identificar novos nomes que possam disputar como candidatos ou pré-candidatos no futuro a deputado federal ou estadual. O que tenho percebido nessas andanças é muita ausência do governo. Muita promessa e pouca realização. Se você fizer um panorama do que se encontra no interior é que há um clima de grande frustração porque de fato se prometia um mundo bastante diferente do ponto de vista da administração estadual e essa realidade é bastante distinta do que ocorre no interior. A área de segurança é muita crítica. Em alguns lugares até pior do que no passado e a área de saúde disparadamente muito pior com gestões e situações caóticas como é o caso de Caruaru, uma das cidades mais importantes do Estado.
O fato de o senador Jarbas Vasconcelos não assumir publicamente a candidatura ao Governo enfraquece a oposição? O senador deveria se posicionar antes de 2010? Eu respeito o tempo de Jarbas. O momento certo pra ele tomar uma decisão que deverá ser no início do próximo ano. Ele é um homem experiente, consagrado e já com sua imagem consolidada em Pernambuco. Dois mandatos de prefeito, ex-governador, todos muito bem sucedidos. Com senador da República dispensa apresentação porque ele é um dos mais brilhantes, o mais competente e respeitado senador do Brasil. Jarbas terá a sua oportunidade de decidir se será candidato ou não. O que eu puder fazer como um dos que atuam na oposição farei. Estamos construindo as condições e fortalecendo a base.
Haveria um plano B?
Não queria ficar aqui desfilando alternativas e nomes. É consenso entre todos. Não só da oposição, mas de vários analistas que acompanham a política até mesmo ao lado do governo de que Jarbas é o nome mais forte da oposição. Temos vários nomes com credencial e qualificação para disputar o cargo de governador e outros cargos mais. Tem ainda dois senadores que no meu partido a definição é Marco Maciel. Um homem que tem mais de 40 anos de vida pública, honrado, sério e respeitado.FP,27/09/09

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