domingo, 5 de julho de 2009

Arthur Virgílio: Sarney só se sustenta com apoio do Planalto

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) voltou a afirmar nesta sexta-feira (3) que o senador José Sarney não tem mais legitimidade para continuar na Presidência do Senado, já que "não faz outra coisa" senão explicar novas denúncias em torno de seu nome.
Arthur Virgílio citou, em Plenário, reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, com a informação de que Sarney não teria declarado à Justiça Eleitoral a propriedade da casa onde mora em Brasília, no Lago Sul, avaliada em R$ 4 milhões. O Senado, observou, tem um presidente que se sustenta no cargo graças ao prestígio de Lula.
- O fato é que nós temos um Presidente que é um pato manco - disse o senador, citando expressão comum na política americana em referência à falta de força de governantes em fim de mandato.
Para Arthur Virgílio, o fato de o presidente José Sarney precisar do apoio do presidente Lula para se manter no comando da Casa representa uma "suprema humilhação". Com relação à denúncia sobre a suposta inexistência de registro da propriedade da casa na Justiça Eleitoral, ele disse que ao citar o caso não estaria fazendo um prejulgamento e que Sarney até pode ter uma explicação adequada para o fato. De todo modo, disse que Sarney terá mais uma vez que oferecer explicações ou silenciar, quando a função de presidente é "presidir".
- Cada vez eu vejo que se fecha o cerco - ressaltou, também dizendo que o Senado precisa defender sua autonomia frente ao Executivo.
Arthur Virgílio negou que tenha algo pessoal contra o presidente Sarney. Salientou que deixou claro, por ocasião da eleição para a presidência da Casa, que ele e seu partido apoiariam o senador Tião Viana (PT-AC), então adversário de Sarney, por entender que o senador petista representava a defesa de um projeto de mudança que mais convinha ao Senado. Disse ainda que, caso Tião Viana tivesse sido vitorioso, algumas mudanças teriam acontecido, inclusive com a saída de alguns dos então diretores. Porém, admitiu que transformações mais radicais podem vir a acontecer agora, em decorrência das denúncias surgidas após a vitória de "quem queria a conservação".
- A mudança profunda, por incrível que pareça, vai vir da mudança de todos nós que cometemos pequenos pecados, pequenos deslizes.
Requerimentos
Ao iniciar seu discurso, Arthur Virgílio (PSDB-AM) aproveitou para listar os requerimentos que apresentou à Mesa, nos últimos dias, ainda não atendidos, com pedidos de informações sobre os servidores da Casa e outras medidas. Uma das proposições requer a lista de servidores cedidos ou requisitados de outros órgãos, além da lotação dos servidores efetivos, comissionados e terceirizados - em relação a esses, o senador quer saber ainda os números de CPF, empresa contratante, se há parentesco com servidor da Casa, salário, local de trabalho e período de expediente.
Outro requerimento trata da lista de funcionários, efetivos e comissionados, que fizeram cursos no exterior desde 1995, incluindo os cursos feitos e todas as vantagens concedidas. Há ainda uma solicitação de informações sobre os servidores contratados para atuar no Interlegis, um dos órgãos da Casa, por meio de convênio com o PNUD, órgão das Nações Unidas. Por fim, um pedido para que, no relatório da sindicância aberta para investigar o ex-diretor Agaciel Maia, seja incluído pedido à Advogacia-Geral da União para quebra do sigilo bancário desse servidor, atualmente licenciado.
Na presidência dos trabalhos, o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que nenhum pedido de informação feito por senador pode ficar sem resposta. Arthur Virgílio disse que reagirá com firmeza, caso não seja atendido.
Pólo de motocicletas
Ele também a anunciou que voltará à tribuna para abordar o pólo de produção de motocicletas do Amazonas. Salientou que é necessário acabar com o estigma de que o pólo industrial de Manaus só faz montagem. A empresa Honda, por exemplo, agregaria em sua produção mais de 90% valor nacional e mais de 60% de valor local.
Da Redação / Agência Senado

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