quarta-feira, 27 de abril de 2011

Belo Jardim se despede de José Mendonça

Renata Bezerra de Melo
Enviada especial
BELO JARDIM - Na última oportunidade de render homenagens ao ex-deputado federal José Mendonça (DEM), a cidade de Belo Jardim - onde ele nasceu em 1936 - “parou” para ver o cortejo com o caixão do democrata passar rumo ao cemitério São Sebastião. Mais de dez mil pessoas, segundo dados da Polícia Militar, percorreram o trajeto que teve início no Colégio Diocesano, onde ocorreu o velório desde as 18h da segunda-feira. Durou uma hora o percurso todo com a multidão a pé seguindo o carro no qual encontrava-se o corpo do democrata. Os filhos optaram por usar uma caminhonete comum de caçamba para o desfile no lugar do caminhão do Corpo de Bombeiros - cuja finalidade acabou sendo a de carregar as cerca de 400 coroas de flores enviadas.

Um dos seis herdeiros de Mendonção, o presidente estadual do DEM e deputado federal, Mendonça Filho (DEM), explicou a preocupação da família em deixar o povo ficar próximo do pai nesses últimos instantes. “Fica mais integrado em contato com o povo. Ele sempre foi assim. E a gente queria ir ao lado dele”, justificou o dirigente.

Nas janelas de edifícios e nas varandas das casas, a população assistiu à última passagem daquele que seria, no ano que vem, candidato a prefeito da cidade. No meio do caminho, houve uma parada para homenagem: chuva de papéis picados e a música “O que é o que é?”, de Gonzaguinha, foi entoada da sacada do Hotel Jardim Plaza. “Era a música que ele mais gostava e caracteriza bem ele”, registrara Mendoncinha pouco antes.

Mais na frente, em frente à Igreja Matriz da Conceição, onde, segundo o pároco Geraldo Magela, Mendonção assistia à missa todos os sábados às 9h, muita gente encontrava-se aglomerada aguardando o cortejo, que deixou o Ginásio Poliesportivo do Colégio Diocesano às 11h e chegou ao cemitério às 12h. Na ânsia de dar o último adeus, populares subiram no jazigo para ver o enterro de cima. Com o público querendo se aproximar da sepultura, houve certo tumulto.

Outro empurra-empurra também deu-se bem antes dali, ainda na saída do velório, porque as pessoas tentavam manter-se nas laterais do caixão, dificultando a saída da família, que carregava o corpo, pela porta de acesso. Soldados acabaram abrindo o caminho. A fila era tripla de pessoas que aguardavam lá dentro da quadra para passar ao lado do caixão e ver o político de perto quando a visitação foi encerrada. Não deu para todo mundo se aproximar, devido ao avançar da hora. Por volta das 10h, o pároco deu início à benção final. Em suas palavras, Magela afirmou que José Mendonça “se confunde com a história do desenvolvimento e do progresso desta cidade”. Também foi ao microfone, neste momento, o diretor das Baterias Moura e sobrinho de Mendonção, Edson Moura Filho, segundo o qual, juntos, José Mendonça e seu pai, Edson Moura, “construíram uma obra fantástica na cidade, um no campo político e outro no campo do comércio”.

Carpinteiro e próximo a José Mendonça há 35 anos, Nelson Bezerra de Vasconcelos enumerava os investimentos que o ex-deputado federal atraiu para cidade. “Tudo que se tem aqui foi ele: o Colégio Agrícola, o Quartel de Polícia Militar e Exército foram implantados em terras dele. As fábricas da Palmeron, Mafisa, tudo foi indústria que ele ativou aqui, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, o antigo Bandepe”. Mendonção faleceu  no último dia 24 vítima de infecção generalizada contraída após cirurgia para retirada de um tumor no intestino realizada no Hospital Santa Joana no dia 2. Havia sido transferido para o Sírio Libanês, em São Paulo, onde encontrava-se internado quando, em cirurgia de emergência, não resistiu. A missa de sétimo dia será no próximo sábado na Matriz da Conceição, às 19h.

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