terça-feira, 19 de abril de 2011

Eduardo Campos já tem André de Paula como aliado

Arthur Cunha

Diretamente envolvido na migração de André de Paula (DEM) para o futuro PSD, o governador Eduardo Campos (PSB) reuniu-se com o ex-deputado federal, ontem, no Palácio, para tratar do assunto. Os dois almoçaram, em seguida. À noite, em entrevista ao programa Frente a Frente, na Rádio Folha FM 96,7, André confirmou que assumirá o comando do PSD no Estado, sinalizando que um dos fatores que influenciaram na sua travessia política foi uma desvalorização por parte do DEM. Também teceu elogios a Eduardo, falando como governista. “Entendi que esse projeto político é importante, que me valorizava. Me senti muito estimulado. (...) Não é difícil apoiar o Governo de Eduardo Campos. É um Governo que acerta mais do que erra. Qualquer observação que fizermos ao Governo, vamos fazer como aliados”, destacou.

Em conversas com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, idealizador do PSD, Eduardo teria sugerido o nome de André de Paula para dirigir a sigla, por entender - segundo palacianos - que o ex-deputado é um quadro agregador, com desenvoltura. Além disso, a escolha de um político da oposição para presidir o PSD pernambucano afastaria o argumento de que Campos deseja transformar a legenda em um braço do PSB.

“O respeito que tenho por Eduardo, e Eduardo tem por mim foi que fez Kassab seguir em frente e me convencer. Eu tinha dito não. Ele foi conversar comigo de novo, me convenceu“, adiantou André, revelando, sem citar nomes, que outros políticos ligados ao socialista irão para o PSD. Governistas afirmaram que Eduardo considera positiva a migração de André, além de ser um ato de sobrevivência política.

Questionado se o ex-senador Marco Maciel (DEM) o acompanharia no PSD, André de Paula negou. “O senador vai continuar no Democratas. É um homem muito razoável, evidente que não me estimulou. Estaremos cada vez mais próximos. Entre nós há mais do que uma relação política, há uma admiração (...) Mas ‘carrapeta não é pião’. André de Paula ir para o PSD não significa que Marco Maciel vai”, pontuou o ex-deputado, assegurando não ter sofrido nenhum “gesto de hostilidade” no DEM. Sobre uma fusão entre PSDB e DEM, André não considera uma decisão simples. “Até a semana passada, o sintoma não era esse”, sublinhou.

Diplomático, André  também negou atritos com o grupo Mendonça, que, em 2010, lançou Mendonça Filho Augusto Coutinho à Câmara Federal e ambos foram eleitos. “Quem diz isso não me conhece. A candidatura de Augusto Coutinho era extremamente natural. Augusto é um político que brilha, talentoso. Não estou saindo porque não tive espaço ou porque fui maltratado. Foi para construir um momento novo na minha vida política”, assegurou. Presidente estadual do DEM, Mendonça convidou o ex-deputado para reassumir o comando da sigla. André aceitou, mas, convencido por Kassab, preferiu comandar o PSD por “uma opção pragmática”.

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