terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sucessora de prefeito morto a tiros é afastada


No G1 SP.

A prefeita de Jandira, Anabel Sabatine, foi afastada do cargo na tarde desta terça-feira (13), após decisão da Câmara Municipal da cidade da Grande São Paulo. O presidente da Casa, Wesley Teixeira, assumirá interinamente o cargo.
Por seis votos a quatro, os vereadores decidiram em audiência pelo afastamento. O que motivou a ação foram denúncias de desvio de verbas e de fraude em licitação. “A investigação durará 180 dias. Nesse período, assumo a Prefeitura”, disse o vereador Teixeira ao G1 por telefone.
Procurada, a assessoria da Prefeitura disse não ter recebido, até as 17h, a informação do afastamento. Anabel assumiu o cargo em dezembro de 2010, após o assassinato a tiros do então prefeito, Braz Paschoalin.
No dia 1º de junho, a Secretaria da Educação de Jandira autorizou que as escolas agendassem um passeio para um recanto ecológico. A excursão não aconteceu no dia marcado por causa do mau tempo. Mas a licitação para contratar o passeio só foi publicada depois, no dia 13 de junho. E quem ganhou a concorrência foi o mesmo lugar.
O passeio dos alunos é uma das quatro supostas irregularidades apontadas em um documento feito por um morador de Jandira e entregue na Câmara Municipal como uma denúncia contra a prefeita Anabel Sabatine.
O documento mostra que a Prefeitura usou R$ 3,2 milhões de um fundo federal para a educação e mais de R$ 400 mil da verba para o combate à dengue para cobrir a folha de pagamento do funcionalismo de Jandira, o que é proibido.
No começo de agosto, a Justiça determinou que a Polícia Civil instaurasse um novo inquérito para apurar a eventual participação de Anabel no homicídio.
“Eu tenho uma certeza absoluta na minha vida: por mim, o Braz estaria aqui”, disse ela, na ocasião.
O desembargador Amado de Faria determinou a instauração do um novo inquérito a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça. O Ministério Público disse que, após a análise de elementos colhidos na investigação que deu origem ao processo criminal contra várias pessoas pela morte de Paschoalin, já em andamento, a Câmara Especializada de Crimes de Prefeitos, da Procuradoria-Geral de Justiça, requisitou a investigação também da prefeita.
“Eu não tive acesso ao processo. Então, eu não sei explicar no que eles estão se baseando. Você percebe nitidamente interesse político de quem quer assumir. Se acharam por bem eu ser investigada, vamos investigar, porque eu estou com a minha consciência tranquila”, afirmou a prefeita.
Ela disse que teme pela própria vida. “Agora, eu não acredito que haja sanidade mental para não se fazer alguma coisa contra minha vida.”
Entenda o caso
Braz Paschoalin morreu em 10 de dezembro de 2010. Na ocasião, em vez de utilizar o carro blindado, o então prefeito foi em outro veículo sem blindagem até uma rádio onde semanalmente participava de um programa no qual respondia perguntas de ouvintes. Ao chegar à rádio, o automóvel foi atingido por pelo menos 15 disparos, matando Paschoalin.

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