sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

João da Costa e o “direito de disputar”

Bruna Serra

Foram apenas sete dias fora do Recife, de férias entre o Rio de Janeiro e Buenos Aires. Surpreendido na volta ao trabalho com uma estratégia de fritura de sua candidatura à reeleição, o prefeito do Recife, João da Costa (PT), defendeu ontem o seu direito de tentar o segundo mandato. Durante coletiva de imprensa para divulgação da cenografia do Carnaval deste ano, o prefeito estava visivelmente incomodado com o cerco armado pelos comandantes petistas no Estado – o senador Humberto Costa e o deputado federal João Paulo – para pressioná-lo a tirar o bloco da rua. Encurralado, evitou polêmicas, mas afirmou que personifica o projeto político do PT para a capital pernambucana.
“Eu sou candidato a prefeito, eu não nego para ninguém. E acho que é um direito que eu tenho como militante, como prefeito que está fazendo um trabalho, que está avançando e dando continuidade ao projeto político do PT e da Frente Popular", disse ele.
Contido nas palavras, algo impensável no início do mandato, quando esbanjava auto-confiança, João da Costa disse não temer uma disputa interna com o Humberto ou João Paulo. “Humberto Costa não me preocupa, preocupar por que? Nenhum nome me preocupa, o que me preocupa é cuidar do povo do Recife", disse o prefeito, que admitiu ter tomado ciência das críticas feitas pelo colega de partido Dilson Peixoto – da mesma tendência de Humberto, a Construindo um Novo Brasil (CNB) –, para quem João da Costa dificulta o processo de união do PT.
"Eu li as declarações de Dilson, eu li. A gente já definiu, a gente vai ter um calendário, conversar com as principais lideranças do PT, as principais lideranças da Frente Popular. A gente tem um tempo político e nesse tempo vai ser tudo resolvido a bom termo, eu espero”, prometeu o prefeito.
Atingido por um conjuntivite, João da Costa foi econômico nos termos e gestos. Revelou conhecer bem as práticas de seu partido e até usou o histórico da legenda para negar que ocorra uma crise vinculada à sua gestão ou sua postura política. “No PT é dessa forma que se trabalha. O PT tem disputas políticas, não é novidade. Foi assim nas outras eleições. Foi assim na minha, foi assim na reeleição de João Paulo. É sempre um processo”. Questionado sobre quando encontraria com o governador Eduardo Campos, apontado nos bastidores como sua principal tábua de salvação, o prefeito encerrou a entrevista. “É isso gente. O Carnaval vai ser lindo”.

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