A performance de Dilma no palanque em Garanhuns, sexta-feira passada, foi uma ducha fria na militância petista e nos adeptos da sua candidatura. Nervosa, abatida, desconcentrada, a candidata de Lula não convence. As aulas de Lula, pessoalmente, e dos seus marqueteiros, em laboratório, ainda não produziram efeitos. Ela não agrada nem quando se prende a números e ao tecnicismo nem tampouco quando tenta construir uma frase mais forte apelando para o emocional.
Certamente prevendo que Dilma iria desapontar muita gente num Estado politizado e lulista como Pernambuco, o presidente não fez um discurso. Comportou-se como animador de plateia e contador de causos e bastidores da sua trajetória política, revelando ineditismos, como o de que Severino Cavalcanti teria sido eleito presidente da Câmara para instrumentalizar um golpe de Estado no auge do escândalo do mensalão.
Mas, quem foi ali com o intuito de conhecer a candidata e não se deliciar na verborragia do presidente animador de auditório deixou o recinto profundamente decepcionado. Na verdade, quem quer votar no continuísmo e atender a um pedido de Lula não está preocupado em encontrar em Dilma um Carlos Lacerda de saias. Apolítica, entretanto, se não exige o dom da oratória requer emoção, fundamental. E Dilma está longe de arrebatar votos tocando o coração das multidões. Folha Política
segunda-feira, 26 de julho de 2010
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