terça-feira, 15 de março de 2011

“Somos os últimos liberais”, diz José Agripino

O senador José Agripino (DEM-RN) será eleito hoje presidente nacional do Democratas, em convenção a se realizar em Brasília, anunciando como objetivo trabalhar pela união e pelo crescimento do partido a partir do resgate da doutrina liberal. Sem o DEM, diz ele, essas ideias seriam reduzidas no país. O futuro dirigente aguarda uma posição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, sobre a permanência ou não no partido. Agripino ainda vê chance de Kassab ficar no DEM, mas deixa claro haver limites na negociação.
Tenho que trabalhar para que todos os integrantes do partido fiquem, a começar por Kassab. Agora, não se pode é extrapolar certos limites do trabalho de persuasão, para que cada companheiro fique, diz Agripino. Não estou dando Kassab como fora do partido. Ele ficou de me ligar até a convenção. Não ligou. Nós ficamos no aguardo, continua.
Agripino aponta como metas à frente do DEM a instalação de diretórios em todos os municípios do país e o lançamento de candidatos a prefeito na maior quantidade possível de municípios, a começar pelas capitais.
A convenção nacional de hoje foi convocada pelo atual presidente, deputado Rodrigo Maia (RJ), para tentar conter rebelião do grupo de Kassab e Jorge Bornhausen (SC), ex-presidente da legenda responsável pela eleição de Maia, mas hoje rompido com ele. Em fevereiro, os dois grupos fizeram acordo em torno de uma chapa única para uma comissão executiva nacional provisória, a ser eleita com mandato até dezembro.
Pelo acordo, caberá ao ex-senador Marco Maciel (PE), que não conseguiu se reeleger em 2010, presidir o conselho político do partido. Atualmente, Kassab está à frente do órgão, mas a função foi esvaziada por Maia. Segundo Agripino, não foi discutido restabelecer os poderes do cargo. Ex-presidente do partido, Maciel é do grupo de Bornhausen, assim como a senadora Kátia Abreu (TO) e o ex-deputado Índio da Costa (RJ), que ocuparão duas das 14 vice-presidências. As demais também foram repartidas.
Caberá à nova executiva – formada por integrantes dos dois grupos – fixar as datas para as convenções municipais, estaduais e nacional. Agripino afirma que é candidato a permanecer no comando da legenda, se conseguir unir e aumentar o partido. Após eleito, ele planeja viajar pelo país e tentar reduzir as divergências políticas entre os demistas, por meio do fortalecimento das ideias do partido.
O Democratas é o último partido com formulação programática de cunho liberal, que defende a diminuição do tamanho do Estado, a luta contra o aumento da carga de impostos, a participação privilegiada do capital privado na produção da infraestrutura e a liberdade de imprensa completa. É a filosofia liberal, do capitalismo que deu certo em muitos países do mundo. Se o DEM desaparecer ou ficar menor, essas ideias também ficarão menores, diz Agripino.
Segundo ele, essas ideias unem as facções que têm divergências políticas locais, como Rodrigo Maia e Índio da Costa no Rio de Janeiro e Ronaldo Caiado e Vilmar Rocha em Goiás. Ele pretende fazer um cronograma de reuniões nos Estados para ouvir o partido e, em nome das ideias, promover os entendimentos, para que o partido possa crescer.
O senador espera transformar a formulação programática do DEM em seu carro-chefe. Para Agripino, ninguém está no DEM por oportunismo, já que, sendo oposição, não teria sentido. As pessoas estão lá por convicções. O que é preciso é fazer com essas convicções sejam o carro-chefe do partido, afirma.
Segundo a assessoria do prefeito de São Paulo, até ontem constava de sua agenda a participação na convenção do DEM. Sua ida a Brasília, no entanto, dependeria de compromissos do cargo. Com relação ao futuro político do prefeito, a informação é que ela dependerá de uma conversa de Kassab com Bornhausen e Maciel, depois da eleição da nova Executiva. Embora sua saída do partido seja dada como praticamente certa entre os demistas, integrantes da futura executiva avaliam que há chance de recuo, porque os planos do prefeito de fundar um novo partido ainda enfrentam resistência de parte de seus aliados de São Paulo.

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