quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Estadão: Empresário aponta propina de 20% para campanha de Hugo Motta. Deputado nega.

O empresário José Aloysio Machado da Costa Júnior, dono da empresa Soconstrói, apresentou uma proposta de delação premiada ao Ministério Público Federal da Paraíba, no âmbito da Operação Desumanidade, na qual afirma que 20% dos valores desviados da construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) abasteceram a campanha do deputado Hugo Motta (PMDB).
m depoimento gravado em vídeo e entregue aos investigadores, o empresário declarou que o dinheiro destinado a Hugo Motta saiu do Contrato 51/2013 que previa a construção de 11 unidades básicas de saúde (UBS) e de uma academia de saúde em Patos. Partes das obras foram bancadas com emendas parlamentares destinadas por Motta.
A procuradoria-geral da República já foi oficiada do conteúdo com citação ao parlamentar e o conteúdo, bem como a aceitação ou não da proposta, ficará aos cuidados do procurador-geral da República Rodrigo Janot.
A operação Desumanidade investigou irregularidades e direcionamento do resultado de licitações que beneficiaram a empresa Soconstrói Construções e Comércio, entre os anos de 2012 e 2013, no município de Patos (PB). Segundo relatório da investigação restou provado em diligências realizadas nas obras que agentes públicos estavam “diretamente envolvidos com a execução das obras”. Na prática, a prefeitura executava a obra pela qual havia contratado a Soconstrói. Um relatório do MPF mapeou o caminho do dinheiro desde a saída dos caixas da Prefeitura, passando pela Soconstrói e sendo repassado para contas de pessoas físicas. Dentre elas, a mãe e o cunhado de Motta
A prefeita de Patos, Francisca Motta, é avó do peemedebista e a chefe de gabinete da prefeitura, Illana Motta, é mãe do deputado. As duas foram alvos de outra investigação do MPF da Paraíba, a Veiculação. A mãe de Motta foi presa e a avó afastada do cargo.
Em sua proposta de delação, o empresário Costa Júnior afirmou que Segundo Madruga, prefeito da cidade vizinha de Emas (PB), e cunhado de Hugo Motta, estava à frente das obras e comentou que tinha um “compromisso político de pagamento de 20% de propina ao deputado federal Hugo Motta, porquanto era ele responsável pela liberação da emenda parlamentar dos recursos inerentes a esta obra”.
O empresário ainda relatou como foi paga cada parcela do contrato da Soconstrói com a Prefeitura de Patos. Os valores repassados a Hugo Motta teriam saído das 20ª, 21ª, 22ª e 23ª parcelas, que totalizaram R$ 437.129,71 e foram pagas à empreiteira em 13 de agosto de 2014.
No documento ao qual o Estado teve acesso, o empresário esclarece que esse dinheiro foi destinado para abastecer, ilegalmente, a campanha do deputado federal Hugo Motta nas eleições de 2014. “O dinheiro é distribuído para cabos eleitorais para efetuar a compra de votos. O dinheiro estava distribuído em notas de pequeno valor”, diz o texto.
Veiculação
Na operação Veiculação, que investiga fraudes na locação de carros, o MPF interceptou uma ligação de Simão Pedro da Costa, funcionário de Segundo Madruga. Na conversa, Simão Pedro declara que Hugo Motta havia recebido R$ 600 mil. Segundo a proposta de delação, o valor é proveniente dos 20% a ele ‘devido’ sobre o contrato 51/2013 de cerca de R$ 3 milhões.
Com a palavra o deputado Hugo Motta:

Sobre as doações de campanha afirmo:

1 – Desconheço a proposta de delação citada, não fui notificado sobre a existência de tal instrumento. Lamento o vazamento das informações, pois possibilita a espetacularização midiática, ao mesmo tempo em que reafirmo minha confiança no judiciário, colocando-me à disposição para responder a quaisquer questionamentos.

2- A minha campanha obedeceu todas as regras previstas. Não existe doação oficial, muito menos de caixa dois, da empresa acima citada. O financiamento seguiu rigorosamente os critérios estabelecidos pela legislação eleitoral, que culminou com a aprovação das contas pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.

3- Diante dos dados de nossa campanha, todos públicos, rechaço qualquer tentativa de criminalização da minha atividade política, que é pautada por muito trabalho, representando com dignidade a confiança do povo paraibano em mim depositada.

Atualizado em 20/09/16 às 00h00

Fonte - O Estadão 

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