O cargo é de substituto e, em geral, não se dá muita atenção à escolha do seu titular. A função de vice-presidente da República, não raro, é tachada de mera sombra do chefe do Planalto. Na discussão presidencial deste ano, entretanto, a definição do nome para ocupar a vaga ganhou relevo no âmbito do PSDB, que deverá ter na cabeça de chapa o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Ao contrário de eleições passadas, dessa vez, o cotado para vice do gestor paulista, o governador Aécio Neves (MG) disporia, explicam os tucanos, do mesmo peso eleitoral do candidato à Presidência. Não à toa, manteve-se na corrida pela indicação do partido para ser o presidenciável, só retirando recentemente tal postulação. Só que o mineiro descarta o convite e um representante do Nordeste pode figurar na majoritária. Os cogitados são os senadores Tasso Jereissati (CE) e Sérgio Guerra (PE).
“Aécio dispõe não só de votos, mas de projeção nacional, respeitabilidade até no campo adversário. É um cara que, nas próximas eleições presidenciais, será peça-chave. Em caso de vitória (da chapa tucana em outubro próximo), ele teria uma posição relevante no Governo, inclusive assumindo o papel de articulador político ou até mesmo acumularia um ministério”, observa o deputado federal Bruno Rodrigues (PSDB).
A perspectiva de juntar na chapa um paulista e um mineiro acarretaria ainda outro diferencial ao processo sucessório de 2010: quebraria a tendência histórica de apresentar ao eleitor composições entre nomes de Minas Gerais ou São Paulo com lideranças do Nordeste. Desde 1985, quando os militares deixaram de governar o País, a união entre Sudeste e Nordeste em chapas presidenciais se repete, por motivações variadas. Foi assim com o avô de Aécio, Tancredo Neves, que, ao candidatar-se nas eleições indiretas, teve como vice o nordestino José Sarney (PMDB/ MA). Antes do maranhense assumir a vaga, fora cogitado outro nome, também oriundo do Nordeste, o do senador Marco Maciel (na época PFL e hoje DEM), que não demonstrou interesse.
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